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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Associação Nacional de Magistrados Estaduais em nota pública desagrava o ministro Joaquim Barbosa

Quarta, 5 de fevereiro de 2014
Anamages emite Nota Pública em desagravo ao Ministro Joaquim Barbosa
A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais – Anamages divulgou Nota Pública, nesta terça-feira, dia 04 de fevereiro de 2014, externando sua insatisfação “pela falta de decoro e de respeito ao presidente do Supremo Tribunal Federal, em razão da conduta antiética do deputado federal André Vargas (PT-PR) durante a solenidade de abertura do ano legislativo”.

Assinada pelo presidente Antonio Sbano, a nota diz que se a Constituição da República acolheu a tripartição de Poderes, atribuindo aos Chefes do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário o mesmo status de mandatários da Nação. “Se o ilustre Deputado, como publicamente tem se manifestado, discorda do julgamento da AP 470, popularmente chamada de processo do mensalão, é um direito seu. Mas, o seu entendimento pessoal não o autoriza a afrontar a honra e dignidade do Presidente da Suprema corte brasileira, em Sessão Solene na Casa Legislativa”, acrescentou.

A entidade, que representa 12 mil juízes e desembargadores das Justiças dos Estados, diz que ao se colocar de punho cerrado, gesto de contestação e insatisfação dos condenados na referida ação penal quando foram presos, o deputado não ofendeu apenas e tão só o ministro Joaquim Barbosa, um dos julgadores, “mas toda a Nação brasileira, eis que o poder de julgar é atribuído aos magistrados pela vontade soberana do povo, através das normas votadas pelas Casas Legislativas”.

Citando frases infelizes do deputado, a Anamages entende que o Congresso Nacional, o Senado, a República e a Câmara dos Deputados não pertecem a um partido ou a alguma pessoa, mas sim ao povo brasileiro e devem ser tratados como um santuário da democracia, da diversidade de pensamentos e de ideias. “A independência e harmonia entre os Poderes da República somente serão efetivamente respeitadas se o protocolo e a fidalguia imperarem. O Plenário não é palco ou palanque eleitoral, nem pode admitir condutas contrárias ao decoro parlamentar e às regras mínimas de educação e convivência”.

Segundo a entidade, como cidadão e fora dos limites da casa do Povo, o deputado pode se manifestar como bem entender, assim como qualquer outro cidadão, arcando, por óbvio, com as responsabilidade por eventuais ofensas à honra. “Contudo, enquanto Parlamentar, tem o dever de se haver com lhanura e fidalguia, máxime quando recebe, junto com seu colegiado, o Chefe de outro Poder”.

Ao ministro Joaquim Barbosa, a Anamages apresenta seu desagravo, com a certeza de que o mesmo não se deixará abalar pelo incidente e que continuará conduzindo o julgamento dos recursos com independência e livre de pressões, honrando a toga e a magistratura brasileira. E finaliza: “Ao bom Juiz não importa o resultado de um julgamento, pressões de grupos ou a vontade pessoal de quem quer seja, mas sim A REALIZAÇÃO PLENA DA JUSTIÇA”.