Sexta, 7 de fevereiro de 2014
Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil
Permanece em estado grave o cinegrafista Santiago
Idílio Andrade, da TV Bandeirantes, que foi atingido nesta quinta-feira
(6) por explosivo, durante protesto
no centro do Rio de Janeiro. O jornalista chegou em coma ao Hospital
Municipal Souza Aguiar, passou por uma cirurgia nesta madrugada e está
no centro de terapia intensiva.
De acordo com informações publicadas nas redes sociais do Sindicato
dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, a autoria
do ataque não foi confirmada. “Mas se sabe que o profissional não tinha
equipamentos de segurança que a empresa deveria garantir, como
capacete”.
Na noite de ontem, dirigentes do sindicato estiveram no hospital
Souza Aguiar, acompanhando o caso. A informação é que ele foi atingido
no ouvido e nuca e chegou à unidade com afundamento de crânio. Além de
Andrade, mais seis pessoas foram levadas para o hospital depois do
protesto contra o aumento da passagem de ônibus de R$ 2,75 para R$ 3.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) emitiu nota ontem repudiando o ataque e confirmou que este é o terceiro
jornalista ferido em manifestações em 2014. Em São Paulo, o repórter
Sebastião Moreira, da Agência EFE, foi agredido por policiais militares e
o freelancer Paulo Alexandre sofreu agressões de guardas civis, em janeiro.
Em nota publicada na internet, o Grupo Bandeirantes de Comunicação
disse que acompanha a evolução do quadro do jornalista, com parentes
dele no hospital, e que registrou o caso na 5º Delegacia de Polícia.
Este é o segundo caso de repórter cinematográfico da Band atingido durante conflitos, no Rio. Em 2011, Gelson Domingos morreu vítima de um tiro
de fuzil. À época, o sindicato dos jornalistas responsabilizou a
emissora por não fornecer equipamentos de segurança aos seus
profissionais.