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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Comissão de Desenvolvimento Urbano da Alba acompanha visita de relatora da ONU a Salvador

Terça, 18 de fevereiro de 2014

   À convite de movimentos sociais baianos, a relatora para o Direito à Moradia Adequada do Conselho de Direitos Humanos da ONU, a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik, estará em Salvador, para participar doEncontro sobre o Direito à Moradia Adequada”, nos dias 20 e 21 de fevereiro de 2014. Na pauta, o impacto de projetos e obras públicas, como nas comunidades atingidas pelo Projeto da Linha Viva; as violações e discussão territorial envolvendo comunidades tradicionais e o poder público; os conflitos socioambientais em ocupações efetuadas por famílias de baixa renda e as remoções forçadas no Centro Antigo de Salvador; além da falta da efetiva participação e controle social nos projetos e planos.

   O roteiro de atividades inclui visitas ao Quilombo Rio dos Macacos, a Ocupação Quilombo Paraíso/MSTB, Saramandaia (Projeto Linha Viva) e Chácara Santo Antônio (Centro Antigo), pontos considerados prioritários quanto à violação dos direitos à moradia na capital baiana. Todo o roteiro será acompanhado pela equipe da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa (Alba), presidida pela deputada estadual Maria del Carmen. 

Fonte: Ascom da deputada Maria del Carmem


   "A visita da relatora da ONU dará repercussão internacional ao absurdo que é o Linha Viva. A prefeitura quer desabrigar milhares de famílias para construir uma via pedagiada que é inclusive concorrente do metrô", analisa Maria del Carmen. Entre as questões que serão verificadas in loco por Raquel Rolnik, este é o item que a Comissão de Desenvolvimento Urbano tem acompanhado de forma mais intensiva. A deputada destaca que embora afete a vida de tantas pessoas tem sido imposto pela prefeitura, sem debate com a sociedade. Basta ver que mesmo as poucas audiências públicas realizadas têm sido questionadas quanto a real validade, por carecer de divulgação e livre acesso, o que levou a Justiça a anular a audiência realizada em 16 de setembro de 2013.

    A parlamentar esclarece que o Projeto Linha Viva tem por conceito o esgotado rodoviarismo individual, já que nela só poderão trafegar carros particulares de pequeno porte, ainda assim mediante pagamento de pedágio. “Diferentemente do afirmado repetidamente pela prefeitura, a construção da Linha Viva não requalificará áreas precárias da cidade, nem implantará equipamentos e serviços básicos para a população, ao contrário, a via atingirá milhares de casas de famílias residentes nas áreas circunvizinhas há dezenas de anos”, denuncia Maria del Carmen.

   As informações e impressões colhidas por Raquel Rolnik nas visitas serão debatidas durante o Encontro, em plenária no dia 21 de fevereiro, às 17h, na Faculdade de Arquitetura da Ufba (Rua Caetano Moura, 121 – Federação).

   O Encontro sobre Moradia Adequada em Salvador é uma realização de movimentos sociais como o Movimento Linha Viva Não, Associação do Cassange, Rede de Associações de Saramandaia, Associação de Moradores de Vila São Francisco (Vale dos Lagos), Associação Alphaville Salvador 2, Quilombo Rio dos Macacos, Movimento dos Sem Teto da Bahia (MSTB), Associação de Moradores e Amigos da Chácara Santo Antônio (Amacha), Movimento Nosso Bairro é 2 de Julho, bem como da Universidade Federal da Bahia (Ufba), através do grupo de pesquisa lugar Comum, do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e através do Serviço de Apoio Jurídico (Saju), da Faculdade de Direito; da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), através do Grupo de Pesquisa de Direito à Cidade; do Centro de Estudos e Ação Social (Ceas); da Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia (AATR); da Comissão Especial de Desenvolvimento Urbano da Alba e do Comitê Popular da Copa-BA. 

Fonte: Ascom Maria del Carmen