Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

No teatro, baixarias, palanques, rainhas da Inglaterra, reizinhos, ‘frouxos’, irresponsáveis, bobos da corte, vigilantes, poleiros, maquiadores, Agnelus I, vítimas, e nós os 'otários' assistindo embasbacados e ludibriados.

Sexta, 7 de fevereiro de 2014

O título dessa postagem parece coisa de doido. E é. Com certeza é. Só que menos confuso do que o teatro que se tornou o Distrito Federal, especialmente no que se refere a (in)segurança pública. Ontem, 6 de fevereiro de 2014, na casa legislativa do DF, chamada por muitos de Casa do Espanto, houve uma sessão do teatro do absurdo. Um verdadeiro espanto.
Sessão teatral não produtiva, e se espremer tudo que aconteceu ontem por lá não dá meio copo de cachaça da pior qualidade. Mas que foi agitada e animada, foi. Não sei se lá estava realmente uma Rainha da Inglaterra, como falou um patrício nosso, pessoa a que a tal Rainha pregou-lhe, nas fuças,  a pecha de irresponsável e Bobo da Corte. Mas como tudo ali era teatro, o Bobo da Corte, com a licença que sempre teve esse tipo de bobo, devolveu a ironia (ou agressão, sei lá) e disse que a Rainha da Inglaterra era um frouxo (não seria frouxa, por ser rainha?). E ainda acusou Sua Majestade de fraudar e dificultar o acesso de dados do reino, isto é, informações dobre a criminalidade nas terras de Meu Deus.
Dizem que antigamente o bobo da Corte dava sua esculhambada (sempre com autorização) nos reis e rainhas, e em outras figuras da nobreza, e saia antes de terminar a festa. Pois bobo de fato ele não era, e não queria perder a cabeça. Ontem no teatro da CLDF a tradição se cumpriu. O bobo da corte (não sou eu que o chama assim, mas a Rainha da Inglaterra do DF) caiu fora de fininho antes de baixarem o pano. E aí, três nobres (deputados) é que criticaram a postura do bobo da Corte. Apesar de bobo da corte, disseram, ele não poderia agir com tão grande irresponsabilidade, além de fazer do debate sobre a (in)segurança no reino um palanque político. E dizem que o sonho do Bobo da Corte é se tornar mais para a frente até mesmo o rei do pedaço, se aliando até com gente do ex-rei do DF, o Joaquim Primeiro e Único. Como o bobo sabe que está um pouco em desgraça com seus antigos companheiros de farda (acredite, o bobo pertenceu à ativa das forças do reino), faz agora, em ano de escolha de rei e parlamentares, uma pantomima, um esforço, para recuperar o prestígio junto aos seus ex-companheiros, a quem ele, dizem, fez de bobos nos últimos anos.
É verdade que o pico da apresentação teatral aconteceu na troca de farpas (e bota farpas nisso) entre a Rainha da Inglaterra e o Bobo da Corte. Mas houve outros lances interessantes. Apareceu por lá um nobre (deputado) por nome Pitiman que, também pretenso candidato ao posto de Rei das Terras de Brasília, aproveitou a encenação teatral e meteu o sarrafo. Nem tanto na ali alcunhada Rainha da Inglaterra, mas no Rei mesmo. O Agnelus I, Rei das Terras do Buriti. Passeou com seu discurso sobre os pontos fracos do reinado de Agnelus I, como, por exemplo, os escândalos que ocorreram em alguns territórios do reino, as tais regiões administrativas. Chegou a citar, inclusive, a contratação de um menestrel amado, um batista, pela bagatela de 450 mil sacos de ouro.
Mas quando o nobre, conhecido por Pitiman, foi mais contundente e afirmou que a crise no Reino do DF não é somente no setor da (in)segurança pública, mas também na saúde, educação, transporte e, principalmente, de caos institucional”, e ressaltando que isso é por “falta de gestão” do rei Agnelus I, aí a guarda do rei, com instinto de pit bull,  não se segurou. Um vigilante foi pra jugular do nobre Pitimam. Queria que ele explicasse fatos que teriam acontecido com o nobre em outros reinos do 'continente' Brasil, em terra distante, lá pro Norte da região. Vigilante é vigilante, mesmo que a sessão teatral de ontem fosse para discutir a (in)segurança pública no reino de Agnelus I. Numa atitude, não de vigilante, mas de leão de chácara, esbravejou para Pitiman: “O senhor não vai fazer daqui um poleiro”. Ótima observação do nobre vigilante (ele também faz parte da Corte de Agnelus I). Pena que para a plebe do Reino, o ‘daqui’ está mais para pau de galinheiro do que para asséptico ambiente. Mas plebe, devem achar os nobres, é composta essencialmente por vítimas, ou prováveis vítimas, da insegurança pública do Reino de Agnelus I. E para os reis, rainhas e demais nobres, a plebe é ignorante. É otária.
É, para a nobreza candanga, uma otária. É assim que essa nobreza, incluída aí os bobos da corte, enxerga a plebe.
       Diante da insegurança no DF, fica a plebe na dúvida se a Rainha da Inglaterra, que governa mas não manda, é o secretário de Segurança, Sandro Avelar, ou se seria de fato o Rei Agnelus I.
Responda quem souber.