Sexta, 28 de fevereiro de 2014
Da Revista Época
E podem reabrir investigações sobre as relações entre o governo do Rio de Janeiro e a empreiteira Camargo Corrêa
E podem reabrir investigações sobre as relações entre o governo do Rio de Janeiro e a empreiteira Camargo Corrêa
RAPHAEL GOMIDE
27/02/2014 21h05
- Atualizado em
27/02/2014 22h06
Era uma terça-feira. Aparentemente, seria mais um dia normal na Camargo
Corrêa, um dos maiores grupos empresariais brasileiros, com 58 mil
funcionários espalhados pelo país e pelo mundo. Mas aquele 25 de março
de 2009 não foi um dia comum. Tinha tudo para ser lembrado como o início
de um dos mais rumorosos casos de promiscuidade no Brasil,
entre uma empreiteira e partidos políticos. Naquela manhã, 40 policiais
federais varejaram o edifício sede da Camargo Corrêa, em São Paulo,
e também casas e escritórios de funcionários e lobistas, suspeitos de
operar um esquema de lavagem de dinheiro para a construtora. Na ação,
batizada de Castelo de Areia, os policiais apreenderam uma série de
documentos que, segundo eles, traziam indícios de transferências de
recursos para políticos de diversos matizes, em contas no Brasil e no
exterior. Entre os citados na papelada estavam nomes de PMDB, PT, PSDB,
PR, DEM, PCdoB, PSB e PP. A operação que prometia dinamitar gabinetes em
todo o país acabou desmontada no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Sob a alegação de que a ação da PF se baseara numa denúncia anônima, os
ministros do STJ suspenderam o processo e anularam as provas recolhidas
pela Polícia Federal.
O Ministério Público Federal discordou da decisão e, em agosto de 2012, recorreu ao Supremo Tribunal Federal. Em dezembro do ano passado, a subprocuradora-geral da República Maria das Mercês Aras, que atuou no caso, recebeu um conjunto de documentos que não integravam o processo original da Castelo de Areia. Por considerá-los relevantes, ela remeteu os documentos a Rodrigo Janot, Procurador-Geral da República, que representa o Ministério Público no STF. Empossado em setembro, Janot disse a sua equipe que tem interesse especial na Castelo de Areia. Segundo os procuradores envolvidos no caso, tais documentos, a que ÉPOCA teve acesso, podem levar à reabertura da Castelo de Areia. Os mesmos documentos causaram apreensão no grupo próximo ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
O Ministério Público Federal discordou da decisão e, em agosto de 2012, recorreu ao Supremo Tribunal Federal. Em dezembro do ano passado, a subprocuradora-geral da República Maria das Mercês Aras, que atuou no caso, recebeu um conjunto de documentos que não integravam o processo original da Castelo de Areia. Por considerá-los relevantes, ela remeteu os documentos a Rodrigo Janot, Procurador-Geral da República, que representa o Ministério Público no STF. Empossado em setembro, Janot disse a sua equipe que tem interesse especial na Castelo de Areia. Segundo os procuradores envolvidos no caso, tais documentos, a que ÉPOCA teve acesso, podem levar à reabertura da Castelo de Areia. Os mesmos documentos causaram apreensão no grupo próximo ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.