Sexta, 28 de fevereiro de 2014
Conheça a história do inquérito 01/2013, do Deic, em São Paulo, que já
intimou 300 pessoas para depor e busca enquadrar o Black Bloc como
associação criminosa.
Na quinta-feira, dia 20 de fevereiro, o telefone tocou na
casa de Pedro*. O jovem não estava e quem atendeu à chamada foi a sua
mãe, que recebeu, surpresa, a informação: Pedro estava intimado a
comparecer ao Departamento Estadual de Investigações Criminais de São
Paulo (Deic), no sábado seguinte, às 16h, para prestar esclarecimentos.
Já na residência de Lucas*, a Polícia Civil convocou não só o rapaz, mas
também sua mãe, dona de casa, através de uma intimação em papel
entregue por policiais. Em outro ponto da cidade, João* recebeu à sua
porta uma viatura com três policiais que lhe entregaram uma intimação
para prestar esclarecimento nos autos de um inquérito identificado como
01/2013. (Os nomes foram trocados a pedido dos entrevistados, por
segurança).
Ao todo, 40 pessoas foram convocadas a prestarem depoimento no Deic no sábado, dia 22, mesma data em que ocorria o segundo grande ato contra a Copa do Mundo, marcado para as 17h na Praça da República. Sobre a proximidade dos horários dos depoimentos e da manifestação, o diretor do Deic, Wagner Giudice, em coletiva de imprensa, se limitou a dizer que marcar os depoimentos no sábado, naquele horário, foi uma “estratégia” do departamento. 32 pessoas compareceram.