Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 1 de fevereiro de 2014

O legado da Copa e a saúde no GDF

Sábado, 1º de fevereiro de 2014
O governo federal vai até lançar uma milionária campanha específica para vender que a Copa do Mundo deixará um grande legado para os brasileiros. Propaganda da mais enganosa, com certeza. E os governos dos estados, e do DF, nos quais a Copa será realizada já vem gastando milhões e milhões, no intuito de enganar a população.

Aqui no DF os gastos do GDF —leia-se, do contribuinte— com a Copa já ultrapassam bilhão, o que exigiu a venda do patrimônio público, o remanejamento de recursos da saúde, do saneamento, da segurança, da educação e de outras áreas importantes.

Enquanto o governo gasta mais de um bilhão num elefante branco, rebatizado de ‘arena’, o sistema público de saúde do DF continua no mais absoluto caos. Exemplo? Gutembergue da Silva Nascimento, 32 anos, foi atropelado na manhã de ontem (31/1) quando atravessava a rua numa faixa de pedestres em Taguatinga. Por falar em faixas, quase todas estão apagadas e campanha de respeito ao pedestre nunca mais foi feita.  Mas voltando ao caos na saúde público do DF, Gutembergue está desde ontem em coma e jogado num corredor do Hospital Regional de Taguatinga. Está a espera de transferência para o Hospital Regional de Brasília ou, talvez, para dentro de algum tempo ser transferido para o cemitério, pois o dinheiro da saúde está sendo jogado na Copa.

O rapaz está perdendo sangue pelo nariz, boca e ouvido, segundo informa matéria deste sábado do Correio Braziliense. E o governo do DF continua com os olhos fechados, nariz tampado  para a fedorenta Copa do Mundo, boca fechada para não dizer nada sobre o caos na saúde. E com as mãos tampando os ouvidos para não ouvir os gritos de socorro da população, população que já se manifestou nas ruas. E, parece —o governo—, não pensa nas dificuldades do brasiliense.
 Charge publicada no Blog Brasília por Chico Sant'Anna