Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Olha a lumpemburguesia aí gente!

Quinta, 6 de fevereiro de 2014
Por Marcello Barra*
   Nos idos dos 1990, o bloco Simpatia é quase Amor se celebrizou por começar sua marcha com um (irônico) "Alô burguesia de Ipanema". Esses foram anos de ouro para o neoliberalismo, porque teria quase metade do globo para explorar após as (fundamentais) queda do Muro de Berlim e fim da União Soviética. Hoje os tempos são outros, de grande crise do Capital. A este grito seminal do Simpatia, pode ser feito um acréscimo: "Alô lumpemburguesia de Ipanema!"
   A lumpemburguesia é a burguesia que vive de negócios ilegais e espúrios, dos tráficos, contravenções, crimes, vista grossa e “concessões” do Estado burguês. Na periferia do capitalismo é um fenômeno mais antigo mas, na crise do capitalismo, a lumpemburguesia é um setor social essencial da burguesia no centro do sistema. A lumpem burguesia é um fenômeno do capitalismo avançado, misto de degenerado e decadente. 

Cowntry clube e canos
   O Cowntry é um clube da velha burguesia do Rio e do Brasil. Veja o compromisso dela com a cidade que está em torno, com a comunidade de Ipanema. São inúmeros canos, cabos, fios à mostra, tudo para não gastarem o mínimo, fazerem estruturas internas às paredes e à terra. A poluição visual fica para a cidade. Enquanto isso, no interior fica a farsa, a aparência. Joga a feiura para quem passa, para a cidade que a cerca. 
   E, em ano de Copa, bem em frente à praia de Ipanema, o hotel da lumpemburguesia não está nem aí para o carioca nem em pleno verão carioca.
 Como disse Cazuza: "a burguesia fede". Parafraseando o bloco carnavalesco de Ipanema  Simpatia é quase amor, onde conheci Bussunda: "Olha a lumpemburguesia de Ipanema aí gente!"

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*Marcello Barra é sociólogo.