Terça, 18 de fevereiro de 2014
Alex Rodrigues — Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) deflagrou
hoje (18) uma operação para desarticular uma organização criminosa
investigada por fraudes em serviços públicos como transporte e saúde em
dez cidades da região sudoeste da Bahia. A estimativa é que o grupo
tenha desviado cerca de R$ 60 milhões dos cofres públicos. Entre os
investigados estão ex-prefeitos, ex-vice-prefeitos, ex-secretários
municipais e empresários cujas identidades ainda não foram reveladas.
Os policiais saíram às ruas de Vitória da Conquista, Belo Campo, Bom
Jesus da Serra, Dário Meira, Encruzilhada, Paramirim, Poções, Planalto,
Ribeirão do Largo e Tremedal nas primeiras horas da manhã para cumprir
13 mandados de prisão temporária e 36 mandados de busca e apreensão. Um
primeiro balanço das diligências vai ser feito pelo chefe da Delegacia
da PF em Vitória da Conquista, delegado Rodrigo Kolbe.
Em nota, a PF informou que a Operação Grafaloon é resultado da
apuração de vários inquéritos policiais instaurados desde 2009, a partir
de relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre desvio e
apropriação indevida de verbas públicas federais. Em 2013, a PF e o
Ministério Público Federal (MPF) constataram que vários inquéritos
apontavam para o mesmo grupo criminoso. O esquema funcionava da seguinte
forma: um grupo de empresários se associava a prefeitos das dez cidades
já citadas, além dos de Anagé e Caraíbas para, por meio da simulação de
licitações e contratação de empresas de fachada, desviar verbas
públicas federais das áreas da saúde, educação e transporte.
O nome da operação é uma alusão a uma lenda norueguesa a respeito de
uma criatura dotada de tentáculos que destrói e mata aqueles que
aparecem no caminho, acumulando sobre si uma camada de cadáveres que o
protege. De acordo com a PF, a quadrilha investigada operava da mesma
forma, ampliando a cada ano a atuação e os valores desviados dos cofres
públicos.
A PF já antecipou que os investigados serão indiciados pelos crimes
de fraude em licitações, desvio de verba pública, formação de quadrilha.
Se condenados, podem ser penalizados com até 46 anos de prisão.