Sexta, 21 de fevereiro de 2014
Jessica Gonçalves – Repórter do Radiojornalismo/EBC
A Polícia Militar expediu 12
mandados de prisão dos militares suspeitos de incentivar a operação
tartaruga, destinada a obter aumento de salário. Eles foram acusados de
fazer incitação ao crime e à desobediência e de publicar mensagens
indevidas.
De acordo com o corregedor-geral da PM, Civaldo Florêncio, os militares divulgaram postagens em redes sociais e espalharam e-mails sobre a operação tartaruga. Ele considerou a divulgação inaceitável e disse que as pessoas envolvidas serão responsabilizadas.
“Ao cidadão brasileiro, a postagem é lícita. Mas existe uma
legislação específica que rege os policiais militares. Quando eu faço
algum tipo de postagem em que eu ofendo a moral, em que eu incito ao
crime, faço uma publicação indevida, há que se responsabilizar porque os
nossos códigos requerem a responsabilização através da pena”, afirmou.
Segundo a Corregedoria da Polícia Militar, uma ferramenta de
tecnologia adquirida em dezembro do ano passado permite que as mensagens
postadas na internet, no rádio, ou por torpedo sejam identificadas.
Civaldo Florêncio afirma que a PM pediu auxílio de um órgão que atua
fora da corporação, possibilitando o reconhecimento dos militares. “A
partir de agora, nós temos a ferramenta, e temos condição de identificar
as pessoas que fizerem a postagem”, acrescentou.
Os crimes praticados pelos militares são citados no Código
Disciplinar. A previsão é que eles fiquem presos preventivamente por 30
dias, período que pode ser estendido até o fim do processo. Os acusados
terão direito a ampla defesa. As penas variam de advertência à expulsão e
até dois anos de prisão.
Na última terça-feira (18) o governador Agnelo Queiroz assinou
reajuste no auxílio-alimentação e no auxílio-moradia para policiais
militares e bombeiros. O acordo entre o comando da Polícia Militar não
agradou à Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares do
Distrito Federal.
Para demonstrar insatisfação, a entidade fez um protesto na Esplanada
dos Ministérios nessa quinta-feira (19) para pedir reestruturação da
carreira e isonomia salarial com outras categorias da segurança pública.