Quarta, 5 de fevereiro de 2014
Stênio Ribeiro – Repórter da Agência Brasil
O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato “foi
preso [na Itália] para extradição”, informou o oficial de ligação da
polícia da Itália no Brasil, Roberto Donati. Sobre o tempo de duração
desse procedimento, depende da Justiça italiana, acrescentou.
O delegado da Polícia Federal (PF), Luiz Cravo Dórea, coordenador de
Cooperação Internacional, detalhou os passos da investigação para chegar
a Pizzolato, único foragido dos condenados na Ação Penal 470, processo
do mensalão. Preso hoje (5), em Maranello, na Itália, por policiais
brasileiros e italianos, o ex-diretor do BB está sendo ouvido pelas
autoridades daquele país na cidade de Modena, enquanto “nosso adido na
Itália só acompanha”, de acordo com o diretor executivo da PF, delegado
Rogério Galloro.
De
acordo com a PF, a fuga ocorreu dois meses antes de o Supremo Tribunal
Federal (STF) ter emitido o mandado de prisão, no dia 15 de novembro do
ano passado. A partir da decisão do STF, a PF emitiu comunicado para a
Polícia Internacional (Interpol) e todos os adidos da Polícia Federal no
exterior.
As investigações chegaram a um registro com o nome do irmão do
ex-diretor, Celso Pizzolato, morto em 1978, na cidade de Concórdia (SC).
O nome constava na lista de passageiros de um voo de Buenos Aires
(Argentina) para Barcelona (Espanha), do dia 12 de setembro. A partir
daí, a Polícia Federal descobriu que o passaporte usado por Pizzolato
para sair do Brasil era falso, assim como o passaporte italiano, o CPF e
o título de eleitor.
Segundo os investigadores, Pizzolato deixou o Brasil no dia 11 de
setembro, por Dionísio Cerqueira (SC), na fronteira com a Argentina, e
viajou 1.314 quilômetros de carro direto para o Aeroporto de Ezeiza, em
Buenos Aires, onde sua esposa já havia comprado a passagem para
Barcelona.
Pizzolato chegou a Itália no dia 14 de setembro, em um Fiat Punto,
vermelho, com placa de Málaga, alugado pela esposa, Andrea Haas. Os
investigadores identificaram que o sobrinho de Pizzolato trabalha na
escuderia Ferrari, de Fórmula Um, em Maranello, e passaram a acompanhar o
movimento nas proximidades da casa há dois dias.
Hoje, ao deixar a casa do sobrinho, acompanhado pela mulher,
Pizzolato foi detido sob acusação de portar passaporte falso, em nome do
irmão morto, embora a foto fosse verdadeira. Na Itália, o caso é
considerado falsidade ideológica.
No Brasil, o ex-diretor do BB foi condenado a 12 anos e 7 meses de
prisão por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro, com
pena em regime fechado e multa de R$ 1,3 milhão.