Segunda, 3 de fevereiro de 2014
Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
O PPS ingressou na tarde de hoje (3) com pedido de abertura de
processo contra o recém-empossado ministro da Saúde, Arthur Chioro. Em
representação na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, o
partido pede que se apure o fato de Chioro ter assumido a pasta após
transferir uma empresa prestadora de serviços de saúde à esposa.
Segundo o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR), há conflito de
interesses entre a atividade privada do ministro e as suas atribuições
na pasta. Recentemente, Arthur Chioro anunciou que se afastaria da
Consaúde - Consultoria, Auditoria e Planejamento, que dirigia desde
1997, alegando ser exigência da legislação. Na empresa, Chioro prestava
consultoria na área de planejamento e gestão de sistemas e serviços de
saúde.
“É
evidente que o conflito de interesses persiste, sobretudo porque a
transferência de cotas à esposa do denunciado teria ocorrido poucos dias
antes de sua nomeação”, argumenta o parlamentar.
Em documento protocolado na comissão, Rubens Bueno diz que a mudança
"não é capaz de esconder a realidade” de que Arthur Chioro continua
sendo proprietário da Consaúde, “sendo essa transferência uma mera
simulação”.
O colegiado volta a se reunir no próximo dia 24, e deve analisar a
representação do deputado. “Trata-se aqui de nítida hipótese de fraude à
lei, na medida em que a transferência das cotas à esposa do denunciado
tem o único propósito de burlar a caracterização de conflito de
interesses”, diz o documento.
Chioro assumiu hoje (3) a pasta, no lugar de Alexandre Padilha. À tarde, ocorreu a transmissão de cargo.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que Chioro não teve acesso à
representação do PPS. "Ele esclarece que entrou com processo na Junta
Comercial do Estado de São Paulo, em 20 de janeiro, para desligamento
pessoal da Consaúde, que não tem nenhum contrato vigente desde dezembro
de 2013. Além disso, cabe esclarecer que a consultoria entrou em
inatividade".