Segunda, 24 de fevereiro de 2014
Pouco mais
de 30 jovens se reuniram hoje em frente ao Shopping
Iguatemi, no Lago Norte, bairro nobre de Brasília, protestando contra o racismo
e a discriminação. O rolezinho, que começou por volta das 15h, durou menos de
duas horas. O encontro foi marcado antecipadamente nas redes sociai,s levando a
administração do shopping a
fechar as portas.
Muitas pessoas dessa idade foram
pegas de surpresa. Combinei de passear hoje com minha família que queria vir
aqui, mas está fechado e não sabíamos de nada”, disse Carlos Carreon, que
estava acompanhado da mulher e dos filhos.
A professora Sheila Chagas disse
que sequer conhece o movimento e o que é rolezinho. "Não estou sabendo de
nada. Só vim dar uma volta e o shopping
está fechado”.
Os jovens se concentraram nas
proximidades do shopping, que
fica em frente à entrada principal do bairro. Motoristas que passaram pelo
local se dividiam entre gritos de apoio, buzinaço e críticas.
Quatro viaturas da Policia Militar
ficaram posicionadas a alguns metros da concentração. Três observadores da
Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB–DF) também
acompanharam o rolezinho.
“Estamos aqui como observadores. A
OAB tem posição neutra em relação às manifestações, mas se houver excessos por
qualquer uma das partes acompanhamos na delegacia”, explicou o advogado
Alexander Diniz de Paula.
Varios seguranças circulam no
estacionamento do shopping.
No gramado, ao som de um funk, os
manifestantes gritavam palavras de ordem. “Ao menor sinal de periferia, o shopping fecha. Sempre que tem
aglomeração de galera preta ou pobre, a gente sofre isso”, criticou Misha,
representante do Movimento Mulheres em Luta.
Um dos principais organizadores do
rolezinho, Franklin Rabelo reforçou as bandeiras do manifesto e criticou a
medida adotada pelo Iguatemi.
“Os grandes empresários fecharam
as portas não para o nosso movimento, mas para os trabalhadores. Nosso
movimento é pacífico e não oferece risco a ninguém”, observou.
Com o fim do rolezinho do
Iguatemi, que acabou não se completando, o grupo de jovens seguiu para outro shopping da cidade, onde outros jovens
se concentraram para protestar contra a realização da Copa do Mundo marcada
para junho. Os manifestantes seguiram em curta passeata pela Avenida W3,
escoltados pela Polícia Militar do Distrito Federal, gritando palavras de ordem
contra gastos feitos para a realização do Mundial e as exigências feitas pela
Federação Internacional de Futebol, a Fifa.