Quinta, 20 de março de 2014
Fruto do encontro entre gênios da arquitetura e de um verdadeiro
empreendedor, ele é o mais bem planejado avião da história da humanidade.
Também o mais belo de todo o mundo. Cada coisa sua foi minuciosamente planejada,
colocada, encaixada. Tudo feito no esquadro, com as medidas certas e escalas
perfeitas. Nada estava fora do lugar. Confortável, eficaz, eficiente,
agradável, lindo!
Quem, sensível às coisas belas, teve a oportunidade de viver o
referido avião desenvolveu uma relação de amor com ele. O carinho é sempre
grande, mas, afirmo, tão somente da parte daquelas pessoas que são sensíveis às
coisas boas. Os poucos insensíveis, que desgraçadamente existem, chegam até a
criticá-lo, a agirem muitas vezes com interesses espúrios, impublicáveis. Esses
insensíveis estão sempre na espreita, prontos para colocar em risco o plano de
voo, e tentando destroçar a mais linda das aeronaves do mundo.
Assim, estou convicto que são os pilotos a desgraça que coloca em
risco a permanência do avião em velocidade e altura de cruzeiro. São pilotos
que por imprudência, negligência e imperícia —e alguns muitas vezes por falta
de seriedade— estão diariamente trabalhando para descaracterizar o avião, para
destroçá-lo. Corrompendo as suas escalas, desacertando as medidas certas,
violentando as escalas perfeitas, querendo encaixar coisas horrorosas —e Deus
sabe o porquê disso— nos lugares belos e que trazem conforto e beleza a quem
navega nessa aeronave.
Mas, apesar de anos após anos de toda essa imperícia, toda essa
imprudência, toda essa negligência —e porque que não dizer todas as ‘jogadas’,
todos os ‘negócios’ e ‘negociantes’— dos pilotos do avião, essa ainda bela
aeronave pode ser salva. E cabe a cada um de nós brasilienses lutar para
salvá-la dos sabotadores, dos pilotos suicidas, dos imprudentes, dos imperitos,
dos negligentes.
Salvemos, pois, a nossa amada Brasília. Salvemos o avião criado pelo
arquiteto urbanista Lúcio Costa, pelo arquiteto Oscar Niemeyer e pelo empreendedor
Juscelino Kubitschek de Oliveira.
Salvemos a nossa querida Brasília das mãos dos pilotos ingênuos,
imperitos, negligentes, imprudentes, ou mal-intencionados. Salvemos a nossa
aeronave da mutilação pela especulação imobiliária corporificada em páginas do
projeto atual do PPCUB (Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de
Brasília). Um projeto pilotado até o momento por pilotos que não sabem, ou
fingem que não sabem, o mal que estão fazendo. Paremos com esse voo cego, que
se continuar vai espatifar nossa aeronave chamada Brasília.
Salvemos!
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Leia: Urbanismo: Plano é adiado, mas impasse permanece. Magela reclama de decisão
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