Segunda,
23 de junho de 2014
Moradores
da comunidade vizinha à Arena de Pernambuco, na área rural de Recife, perderam
suas casas ou parte de seus lotes e ainda lutam para receber indenização
Da
Pública
Agência
de Reportagem e Jornalismo Investigativo
por Coletivo Nigéria | 23 junho, 2014
Todas as quartas-feiras a defensora pública Daniele Monteiro
atende famílias impactadas por obras da Copa do Mundo no Recife. No Fórum de
Camaragibe, cidade da Região Metropolitana da capital pernambucana, as famílias
buscam resolver pendências de seus processos de desapropriação. Eles moravam na
comunidade Loteamento de São Francisco até o final de 2013, quando suas casas
foram demolidas pelo governo. No entanto, muitos ainda não receberam nenhum
centavo das indenizações devido a entraves burocráticos. Hoje, a maioria vive
de aluguel e teve sua vida desestruturada.
A defensora pública estima ser responsável por pelo menos 20
casos desse tipo em Loteamento de São Francisco. A comunidade teve 200 de suas
famílias removidas para obras de mobilidade: a ampliação do Terminal Integrado
de Camaragibe e a construção do Ramal da Copa, via rodoviária de acesso à Arena
Pernambuco. A ampliação do terminal não foi iniciada e o ramal está funcionando
de forma improvisada durante o torneio.
As 200 famílias removidas em Loteamento de São Francisco
integram as cerca de 2 mil desapropriadas pela Copa em Recife, segundo
levantamento do Comitê Popular da Copa local.