Imagem: cnt.org.br
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Mariana
Jungmann - Repórter da Agência Brasil
O ex-senador Clésio Andrade prestou depoimento na tarde de
hoje (19) ao Ministério Público em Minas Gerais (MP/MG) sobre seu envolvimento
no esquema de desvio de recursos do Sistema Social do Transporte (Sest) e do
Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), apontado pela Polícia
Civil do Distrito Federal na Operação São Cristóvam. Havia um mandato de
condução coercitiva de Clésio, que é ex-presidente da Confederação Nacional dos
Transportes (CNT), mas ele não estava sendo encontrado para ser levado à
delegacia.
O delegado adjunto da Divisão Especial de Repressão ao Crime
Organizado (Deco), Luiz Fernando Cocito, disse à Agência Brasil que o teor do
depoimento do ex-senador ainda não é conhecido pelos investigadores em Brasília.
A reportagem tentou contato com a assessoria do MP/MG, mas não conseguiu ser
atendida.
Segundo Cocito, com o depoimento de Clésio Andrade fica
faltando apenas um mandado de condução coercitiva para ser cumprido, sobre uma
pessoa em Brasília. Não há nenhuma outra medida contra Andrade até o momento.
“Não existe nenhuma outra cautelar, a não ser essa de condução coercitiva. O
que foi feito é uma solicitação de indisponibilidade de bens, que não foi
apreciada ainda pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário. Aguardamos
ainda a decisão sobre a medida para que esses bens não desapareçam”, disse o
delegado.
De acordo com a polícia, o desvio de dinheiro ocorreu por
meio de pagamentos elevados de gratificações a integrantes da diretoria e de
contratações fraudulentas de serviços de autônomos. A Controladoria-Geral da
União (CGU) constatou que os rendimentos e patrimônios das integrantes da
diretoria do Sest/Senat são incompatíveis com os salários pagos. A
justificativa apresentada pela direção da CNT é que o elevado valor recebido
anualmente pelas diretoras deve-se ao pagamento de gratificações. A outra forma
de desvio são serviços de fachada, contratados por valores superfaturados a
pessoas com ligações na diretoria. Em muitos casos, os serviços sequer foram
prestados.
Na operação, a polícia cumpriu 21 mandados de busca e
apreensão, em Brasília e Minas Gerais. Inicialmente, foi presa Maria Pantoja,
diretora executiva do Sest/Senat entre 1995 e 2013, que hoje trabalha em outra
instituição vinculada à CNT. Também foram detidas Ilmara Chaves, coordenadora
de Administração; Anamary Socha, assessora especial da Diretoria Executiva; e
Jardel Soares, coordenadora de Contabilidade. Conforme a Polícia Civil do
Distrito Federal, entre 25 e 30 pessoas podem estar envolvidas no esquema. Na
operação, foram apreendidos 16 veículos, entre eles alguns carros de luxo, e
dois cofres.
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