Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 22 de novembro de 2014

Equipe econômica do tripé. Mais do mesmo

Sábado, 22 de novembro de 2014
Por IVAN VALENTE* - Via Facebook -
O governo acaba de sinalizar a formação de sua equipe econômica, através de três nomes: Joaquim Levy, para a Fazenda; Nelson Barbosa, para o Planejamento e Tombini, que continua no Banco Central.
São todos nomes perfeitamente aceitos pelo nervoso mercado financeiro. Joaquim Levy é conhecido e reconhecido por sua ortodoxia nas políticas de ajuste fiscal, assim como Nelson Barbosa e Alexandre Tombini.
Na campanha, Dilma, Aécio e Marina prometeram manter o chamado "tripé econômico": regime de metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário. Agora, Dilma não só cumpre o prometido mas é acusada de estelionato eleitoral por reduzir ou não fixar um índice para o superávit primário.
Neste momento, o Congresso Nacional discute o Orçamento da República. No entanto, nem os governistas, nem a oposição de direita dão um pio sobre o que está reservado para pagar juros, amortizações e rolagem da dívida pública. Simplesmente, a maioria dos partidos e a mídia brasileira não citam que quase metade da arrecadação de impostos, 910 bilhões, são para banqueiros e rentistas nacionais e internacionais. Para a saúde, educação, moradia, transporte e infraestrutura não haverá recursos. O silêncio é ensurdecedor e o cinismo é constrangedor. Ninguém fala em auditoria ou renegociação da dívida pública e o Brasil patina e se rende aos ditames do "deus" mercado.
É política econômica para deixar tudo como está. Mas teve muita gente que foi à rua contra os R$0,20 do aumento das passagens. Ou já esqueceram?
*Ivan Valente é deputado federal pelo Psol/SP
Fonte: Tribuna da Imprensa