Do Blog Política Econômica do Petróleo
Por Wladmir Coelho
“A principal tarefa do setor petrolífero dos Estados Unidos consiste em
reduzir os custos da produção para manter a sua posição de liderança no mundo”.
Alan Greenspan.
Política de preços: A origem geopolítica
A queda no preço do petróleo apresenta em suas origens – veja que não
afirmo como única causa – a política de segurança energética dos Estados
Unidos. Esta política tem em seu fundamento a independência do país em relação
ao petróleo importado do Oriente Médio.
Os EUA abandonaram os príncipes da Arábia?
Ao contrário. Este corte nos valores do petróleo não parece preocupar
muito os príncipes proprietários da ARAMCO que participam alegremente, vejam o
exemplo da refinaria Motiva Port Arthur, dos investimentos necessários à
concretização da política de segurança energética dos EUA.
A refinaria Motiva Port Arthur é a maior e a mais moderna dos Estados
Unidos está apta para refinar, inclusive, o óleo de xisto e metade desta
empresa pertence aos príncipes.
O envolvimento da nobreza árabe em negócios nos Estados Unidos é
amplamente conhecida e inclui a participação da oligarquia dos Bush e a família
real “proprietária” do petróleo árabe.
Recordando: Durante o fechamento do espaço aéreo dos Estados Unidos
em decorrência dos ataques de 11 de setembro somente um avião comercial recebeu
autorização para decolar. Esta aeronave transportava dezenas de príncipes e
princesas em direção aos seus respectivos palácios. Oligarquia e monarquia tudo
a ver.
A segurança energética dos EUA inclui todo o continente americano
a) No Canadá a produção de areia betuminosa foi dirigida para atender este
objetivo embora desorganize a economia canadense atualmente voltada para a
exportação de óleo aos EUA;
b) O governo mexicano, apesar da oposição popular, avança em seu intuito de
privatizar a PEMEX garantindo novas áreas produtivas aos interesses de
segurança e mercadológico dos EUA;
c) O controle das Ilhas Malvinas também surge como obstáculo à plena execução do
projeto de segurança dos EUA. Um governo nacionalista não convém quando o
assunto é petróleo.
d) A Venezuela, importante fornecedor dos Estados Unidos, enfrenta problemas para
manter a política econômica do petróleo independente. Ao dirigir os recursos
decorrentes da exploração ao projeto nacional de desenvolvimento.
A opção evidente dos Estados Unidos é promover a derrubada do presidente
Maduro. Fato inédito na história?
Neste ponto precisamos observar que: O governo da Venezuela representa
um entrave ao projeto de lucro máximo, mesmo com preços reduzidos, considerando
as limitações decorrentes do controle estatal da produção petrolífera.
Nos Estados Unidos os petroleiros estão em greve por aumento de salários
e garantias sociais. Este fato não ocorria há 30 anos e mostra o aumento na
exploração da mão de obra. O menor preço compensado com maior exploração. A
Venezuela representa sim uma barreira ao modelo econômico voltado aos
interesses das oligarquias dos Estados Unidos.
Quanto ao aumento da exploração da mão de obra vejam a declaração do
ex-diretor da Reserva Federal dos EUA Alan Greenspan: “A principal tarefa do
setor petrolífero dos Estados Unidos consiste em reduzir os custos da produção
para manter a sua posição de liderança no mundo”.
A Petrobras na mira
Alguém ainda considera coincidência a campanha contra a Petrobras? Basta
uma simples consulta aos grandes jornais para notar a movimentação descarada
dos interessados em privatizar a empresa nacional. Perderam totalmente o pudor
e assumem a condição de entreguistas oferecendo o patrimônio do povo brasileiro
ao deus mercado.
Os jornais brasileiros apresentam a Petrobras como empresa falida
ocultando a crise e números negativos das demais petrolíferas. Neste ponto o
leitor pergunta: Está bem prof. Wladmir Coelho; Se todas as empresas
encontram-se em dificuldades financeiras quem vai comprar a Petrobras?
Respondo: A política de segurança energética dos Estados Unidos
apresenta como elemento executor as empresas privadas de petróleo. O
Estado atua como entidade em condições de garantir as estratégias de concentração
de mercado apoiando a empresa em melhor condição de controlar as demais. Esta
operação é simples e funciona através de fórmulas como acordos comerciais,
subsídios, empréstimos financeiros em condições especiais e redução dos
encargos trabalhistas. Existindo qualquer entrave para execução destas medidas
entra em cena o canhão.
Nenhuma relação com práticas de mercado como andam escrevendo, tentando
confundir o povo, nos jornais do Brasil.
Recentemente um grande jornal dos Estados Unidos anunciou que a Exxon
seria a empresa ideal para iniciar o processo de aprofundamento da concentração
no setor petrolífero.
Vejam bem: A EXXON apresentou queda nos valores de suas ações, anunciou
cortes elevados de investimentos, fechou projetos e jornal nenhum do mundo
cobrou a troca da direção por nomes mais “identificados com o mercado”.
Ao contrário: Os executivos das grandes petroleiras reuniram-se e
elegeram o presidente da empresa o melhor administrador do ano de 2014.
O retorno da múmia ou a Segurança Continental do general Távora
Nos anos de 1950 o general Juarez Távora defendia a mesma política ora
desenvolvida pelos Estados Unidos. Acompanhado de entreguistas, fardados e
civis, viajou o país afirmando o seguinte: O Brasil deve manter a propriedade do
bem mineral, mas a exploração econômica deve ficar a cargo das empresas dos
Estados Unidos. A alegação para fundamentar esta opinião era a Segurança
Continental.
A doutrina defendida pelo general Távora entendia que os Estados Unidos,
ao controlar a produção, teriam garantido o acesso ao combustível necessário a
proteção e defesa do continente. Naquela época a ameaça de plantão eram os
soviéticos.
O povo brasileiro não aceitou esta balela e foi às ruas exigir a criação
de uma empresa nacional para garantir a auto-suficiência. 60 anos passaram-se e
continuam os ataques contra a vontade popular.
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Veja: http://politicaeconomicadopetroleo.blogspot.com.br/2013/06/blog-post.html
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Veja: http://politicaeconomicadopetroleo.blogspot.com.br/2013/06/blog-post.html