Do jornal A Tarde
Alean Rodrigues Sucursal Feira de Santana
Em protesto pelo preço do combustível e os baixos valores dos fretes
caminhoneiros interditaram parcialmente o trânsito no KM 420 da BR-116
Norte, trecho que compreende os bairros Cidade Nova e Campo Limpo em
Feira de Santana, distante 109 km de Salvador. A manifestação, que teve
início por volta das 10 horas, desta terça-feira, 24, contou com cerca
de 200 profissionais que tentavam convencer os colegas a aderir ao
protesto. O protesto faz parte do movimento da categoria iniciado na
última semana no Paraná e que atualmente já atinge sete estados
brasileiros.
"O combustível aumentou e os fretes continua no mesmo valor. Como
podemos manter o veículo se não temos dinheiro, já que tudo que apuramos
é para pagar combustível e pedágio. Somos pais de família e
necessitamos ter dinheiro para levar o alimento para casa", afirmou
Jalber Rodrigues dos Santos, caminhoneiro há mais de 20 anos.
Os caminhoneiros inicialmente interditaram totalmente o trânsito no
local, utilizando fogo em pneus velhos. Mas o Corpo de Bombeiros foi
acionado e apagou as chamas [veja vídeo abaixo]. Quem
passava pela passarela Conceição Lobo, que fica no local, ficou receoso,
já que as chamas estavam bastante altas. "Esperei eles apagarem o fogo.
Fiquei com medo que nos atingisse na passarela, pois eles atearam
fogo em dois pontos", disse a doméstica Cicera Gomes.
Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram até o local e após
conversa com os caminhoneiros, os veículos foram retirados da pista e
ficaram estacionados no acostamento. "Iremos ficar parados aqui até
termos uma solução. A presidente disse que o país não pararia por causa
da gente, mas ela está enganada pois as mercadorias só chegam aos seus
destinos por causa dos caminhoneiros", frisou outro caminhoneiro que
preferiu não ser identificado.
O caminhoneiro Ermanoi Viana Ribeiro, que saiu da cidade de Campos, no
Rio de Janeiro, diz que o que estão pagando de impostos e aumento de
combustível não é compatível com as rodovias. "Semana passada fiz uma
viagem de 1200km onde cobrei R$ 2.300,00, mas só de pedágio paguei R$
546,00 e R$ 870,00 de combustível. As estradas ruins e toda viagem temos
que fazer manutenção no carro, como podemos trabalhar assim", contou.
No protesto apenas carros de passeio e outros veículos estão sendo
liberados. Caminhões carregados estão sendo parados e seus motoristas
convencidos pelos colegas de aderir aos movimento, embora os que estão
com cargas perecíveis estão sendo liberados para seguir viagem.
Mas a quem reclame da atitude da categoria. "Estou aqui sem querer.
Eles me forçaram a parar o caminhão ameaçando quebrar o para-brisa.
Somos livres e só podemos aderir a paralisação se quisermos, este
movimento não é pacífico nem tão pouco democrático", acusou o
caminhoneiro Deraldo Honório Lima.
Até o fechamento da matéria os caminhoneiros continuavam parados as
margens da rodovia. Eles não informaram se pretendem fazer algum
protesto durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Feira de
Santana, na quarta-feira, 25, onde participa da entrega de imoveis do
Programa Minha Casa Minha Vida.
Oeste
Na cidade de Luis Eduardo Magalhães, no oeste do estado, os caminhoneiros interditaram parcialmente três trechos das rodovias federais. Os KM 880 e 890 da BR-242 e KM 200 da BR-020.
Na cidade de Luis Eduardo Magalhães, no oeste do estado, os caminhoneiros interditaram parcialmente três trechos das rodovias federais. Os KM 880 e 890 da BR-242 e KM 200 da BR-020.
No local cerca de 100 caminhões estão parados em uma parte da pista,
fazendo com que o trânsito fique lento no local, já que os veículos só
podem utilizar um lado da pista.
De acordo com a PRF, houve momentos de congestionamento, mas nada que
atrapalhasse o fluxo dos veículos. Não foi utilizado fogo nos pneus,
embora o grupo tenha levado faixas e pneus velhos. Lá os manifestantes
afirmam que não tem um período para desocupar a rodovia.
Saiba mais