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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Caminhoneiros protestam e bloqueiam a BR-116 em Feira de Santana, na Bahia; Dilma visita a cidade amanhã; veja vídeo

Terça, 24 de fevereiro de 2015
Do jornal A Tarde
Alean Rodrigues Sucursal Feira de Santana
  • Luiz Tito | Ag. A TARDE
    Categoria protesta contra os seguidos aumentos dos combustíveis e dos tributos sobre o transporte
Em protesto pelo preço do combustível e os baixos valores dos fretes caminhoneiros interditaram parcialmente o trânsito no KM 420 da BR-116 Norte, trecho que compreende os bairros Cidade Nova e Campo Limpo em Feira de Santana, distante 109 km de Salvador. A manifestação, que teve início por volta das 10 horas, desta terça-feira, 24, contou com cerca de 200 profissionais que tentavam convencer os colegas a aderir ao protesto. O protesto faz parte do movimento da categoria iniciado na última semana no Paraná e que atualmente já atinge sete estados brasileiros.

"O combustível aumentou e os fretes continua no mesmo valor. Como podemos manter o veículo se não temos dinheiro, já que tudo que apuramos é para pagar combustível e pedágio. Somos pais de família e necessitamos ter dinheiro para levar o alimento para casa", afirmou Jalber Rodrigues dos Santos, caminhoneiro há mais de 20 anos.

Os caminhoneiros inicialmente interditaram totalmente o trânsito no local, utilizando fogo em pneus velhos. Mas o Corpo de Bombeiros foi acionado e apagou as chamas [veja vídeo abaixo]. Quem passava pela passarela Conceição Lobo, que fica no local, ficou receoso, já que as chamas estavam bastante altas. "Esperei eles apagarem o fogo. Fiquei com medo que nos atingisse na passarela, pois eles atearam fogo em dois pontos", disse a doméstica Cicera Gomes. 

Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram até o local e após conversa com os caminhoneiros, os veículos foram retirados da pista e ficaram estacionados no acostamento. "Iremos ficar parados aqui até termos uma solução. A presidente disse que o país não pararia por causa da gente, mas ela está enganada pois as mercadorias só chegam aos seus destinos por causa dos caminhoneiros", frisou outro caminhoneiro que preferiu não ser identificado.

O caminhoneiro Ermanoi Viana Ribeiro, que saiu da cidade de Campos, no Rio de Janeiro, diz que o que estão pagando de impostos e aumento de combustível não é compatível com as rodovias. "Semana passada fiz uma viagem de 1200km onde cobrei R$ 2.300,00, mas só de pedágio paguei R$ 546,00 e R$ 870,00 de combustível. As estradas ruins e toda viagem temos que fazer manutenção no carro, como podemos trabalhar assim", contou.

No protesto apenas carros de passeio e outros veículos estão sendo liberados. Caminhões carregados estão sendo parados e seus motoristas convencidos pelos colegas de aderir aos movimento, embora os que estão com cargas perecíveis estão sendo liberados para seguir viagem.

Mas a quem reclame da atitude da categoria. "Estou aqui sem querer. Eles me forçaram a parar o caminhão ameaçando quebrar o para-brisa. Somos livres e só podemos aderir a paralisação se quisermos, este movimento não é pacífico nem tão pouco democrático", acusou o caminhoneiro Deraldo Honório Lima.

Até o fechamento da matéria os caminhoneiros continuavam parados as margens da rodovia. Eles não informaram se pretendem fazer algum protesto durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Feira de Santana, na quarta-feira, 25, onde participa da entrega de imoveis do Programa Minha Casa Minha Vida.

Oeste
Na cidade de Luis Eduardo Magalhães, no oeste do estado, os caminhoneiros interditaram parcialmente três trechos das rodovias federais. Os KM 880 e 890 da BR-242 e KM 200 da BR-020.

No local cerca de 100 caminhões estão parados em uma parte da pista, fazendo com que o trânsito fique lento no local, já que os veículos só podem utilizar um lado da pista.

De acordo com a PRF, houve momentos de congestionamento, mas nada que atrapalhasse o fluxo dos veículos. Não foi utilizado fogo nos pneus, embora o grupo tenha levado faixas e pneus velhos. Lá os manifestantes afirmam que não tem um período para desocupar a rodovia.

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