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Quarta, 25 de fevereiro de 2015
E SE FOSSEM OS RUSSOS ?
(Hoje em Dia) - O
advogado e blogueiro Pettersen Filho reproduz, em seu blog, anúncio da
embaixada dos EUA, recrutando jovens “líderes” brasileiros, como
“bolsistas”, com a seguinte mensagem:
“O
Departamento de Estado dos EUA, por meio do Atlas Corps – uma rede
internacional de líderes sem fins lucrativos, tem o prazer de anunciar
oportunidades para líderes emergentes da sociedade civil para obter
bolsas de estudos de 6 a 18 meses nos Estados Unidos. Interessados em se
candidatar devem ter de 2 a 10 anos de experiência trabalhando em
alguma ONG, nível universitário, até 35 anos de idade e fluência na
língua inglesa…
Os
bolsistas selecionados serão inseridos em uma organização renomada na
área social nos Estados Unidos. Despesas com passagem aérea, visto de
entrada nos EUA, seguro saúde, alimentação, transporte local e
acomodação partilhada serão totalmente custeadas. Informações sobre o
programa e como se candidatar estão disponíveis no
site:http://apply.atlascorps.org.”
Não
bastando trazer ONGs de fora, ou criar, aqui mesmo, organizações que se
infiltram nos mais diferentes segmentos da sociedade brasileira - e,
como lembra Pettersen - estão especialmente ativas na Região Amazônica,
os EUA seguem firmes em sua permanente estratégia de cooptação de jovens
"líderes" locais de todo o mundo, por meio de organizações de fachada,
ou “associadas”.
A esperança é a de que eles, em seu retorno, espalhem o que "aprenderam" e atuem na defesa dos interesses norte-americanos.
Melhor,
ainda, se, no futuro, alguns chegarem a posições proeminentes em seus
respectivos países, para, como reza o slogan do AtlasCorps, "mudar sua
perspectiva e mudar o mundo" - como aconteceu, com certeza, ao menos
quanto à primeira metade da frase, com um jovem sociólogo brasileiro,
financiado, nos anos 1960 - como lembrou em artigo o jornalista
Sebastião Nery - pela Fundação Ford, com expressiva quantia para fundar
uma organização chamada CEBRAP, muitos anos antes de chegar à
Presidência da República.
Se
fossem os russos e os chineses - parceiros do Brasil no BRICS - ou os
cubanos - conhecidos por seu envolvimento em causas humanitárias, como o
combate ao Ebola - que publicassem por aqui anúncio semelhante, dá para
imaginar como seria o alarido fantasioso e anacrônico, “anticomunista” e
“anti-bolivariano", dos hitlernautas brasileiros, nos portais e redes sociais.
Mas
como se trata dos EUA - prestes a estrear, nos cinemas nacionais, nova
campanha de lavagem cerebral, com o filme "American Sniper" - nação
"libertadora" do Iraque, da Líbia e da Síria, países em que suas guerras
e "primaveras" deixaram milhões de mortos e refugiados e que estão
entregues agora a terroristas originalmente armados pelos próprios EUA
para combater quem estava no poder anteriormente - o assunto, com
exceção de alguns sites da "blogosfera", quase passa em brancas nuvens
por aqui.