Quinta, 26 de fevereiro de 2015
Da
Tribuna da Imprensa
Helio
Fernandes
Politicamente o Rio
de Janeiro nunca teve tanto poder. Eduardo Cunha, presidente da Câmara,
encantado com o cargo, mas empolgado com o futuro. (Por isso já exige que o
governo tome posição em relação ás arbitrariedades na Venezuela. A posição é
correta, mas presidentes da Câmara jamais se preocuparam com assuntos
externos).
Picciani, líder (?)
do PMDB nacional. Agora para a CPI da Petrobrás. Cunha “trabalhou” o nome de
Luiz Sergio, do PT, para relator. Depois de muita briga, foi referendado por
causa do apoio de Cunha. Se não fosse isso, podia ser indicado mas não
escolhido.
Como é impossível manter
certas coisas em sigilo, foi acusado de ter feito acordo para que o relator
fosse do PT, colocou um nome do Rio. Revoltado com a acusação, respondeu; “Não
faço acordo nenhum”.
Mas ficou provado que
faz, não é tão inatingível quanto pensa (?). Ficou de mau humor o dia todo. Só
melhorou quando voltou para a bela residência privativa. Para quem morou anos
em hotel de “lobistas”, que maravilha viver.
A propósito da
Petrobrás: a Moodys finalmente fez o que pretendia fazer há muito tempo.
Retirou da empresa todos os pontos positivos, acentuou os negativos. A empresa
não é mais “investimento seguro”, passou á consideração de “aplicação
especulativa”.
Citou como ponto
preponderante, a corrupção. Mas sabendo muito bem o que fazia e fez, tinha
certeza de que o chamado descrédito da empresa é uma consequência provada
e comprovada da roubalheira das empreiteiras, “associadas” com diretores da
empresa, mais audaciosos por causa da omissão de Dilma e Lula.
A Moodys acertou na
classificação, “aplicação especulativa”. Mas errou completamente o alvo. Devia
ter punido os órgãos (SEC) que controlam Wall Street, os do Brasil, (CVM) que
comandam a Bovespa. Os dirigentes desses órgãos e a própria Moodys, sabem
que existe colossal “operação especulativa” com papéis da Petrobrás. Uma ação
não pode subir 10 por cento num dia e no outro subir outros 10 por cento, e
assim alternada e sucessivamente.
Uma ação da Petrobrás
já valeu 72 dólares em Wall Street, hoje oscila entre 5 e 7. No Brasil seu
valor começou com 43 reais, derrubaram agora, ESPECULAM entre 8 e 10 reais.
Qual “pequeno investidor”. (o verdadeiro), teria poder de fogo para fazer esses
estragos?
Tentando diminuir o
impacto do “rebaixamento”, a própria Moodys explicou: “A punição da Petrobrás
não atinge o país”. Não sabe das coisas. A Petrobrás não é uma empresa
qualquer, mesmo de petróleo. Quase 100 mil empresas dos mais variados setores,
dependem dela.
Logo depois,
“alarmistas especulativos”, soltavam dois comunicados, que podiam ser boato ou
não. 1 – A Fitch vai rebaixar também a nota da Petrobrás. 2 – A própria Moodys,
utilizará outro recurso para reduzir ainda mais o conceito da maior empresa
brasileira.
O PT controla a ABI
Foi marcado movimento
de trabalhadores da Petrobrás, (os petroleiros) em protesto contra os que
derrubam a empresa mas são salvos por órgãos do governo. Comandados pelo
Planalto, e alimentados por Luiz Inacio Adams, (Advogado Geral da União) tentam
salvar as 23 empreiteiras corruptas-corruptoras-que-montaram-quadrilha-enorme-para-assaltar-a-Petrobrás.
O encontro foi
marcado para a ABI, agora controlada, liderada e dominada pelo PT. Mas o PT
está tão dividido, que ninguém tinha a menor ideia, que o próprio Lula fosse
comparecer. Foi, deu as ordens dentro da ABI, deixou que os manifestantes
e militantes do próprio partido, fossem hostilizados pelos que "querem o
impeachment". Lula comandou bobagens inacreditáveis, só favoreceu os que
acreditam que o impeachment já é realidade.
Lula: desafios vazios
O que disse o
ex-presidente, levianamente. 1-Dilma tem que levantar a cabeça. (Quer dizer que
está de cabeça baixa). 2-"Posso usar os sem terra". 3- "Quero
paz e democracia, mas os que combatem o governo, não querem". 4-"Nós
sabemos BRIGAR também, e não recuaremos". 5-"Vocês vão saber o que é
BRIGA boa, quando o Stedile colocar o exército dele nas ruas".
Perguntinha inócua,
inútil, inoperante: "O Lula que circula entre seu Instituto e Brasília,
veio ao Rio ficando horas no seu novo feudo, a ABI".
Ficou 8 anos presidente,
não fez um milímetro para que a indispensável reforma agrária progredisse e se
transformasse em realidade. Agora bajula o movimento dos sem terra. Cada vez
fica mais visível a razão do afastamento de Dilma do ex-presidente. É que ela
está desesperada e de "cabeça baixa", mas Lula arrogante, mais
desesperado do que ela, vê desaparecer a chance de "Voltar em 2018".
Não "voltou" antes, está ficando cada vez mais longe.