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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 25 de março de 2015

Agência dos EUA aplaude guinada de 180º na política econômica de Dilma

Quarta, 25 de março de 2015
Por Celso Lungaretti
Está no editorial da Folha de S. Paulo desta 4ª feira, 25:
"A empresa americana de classificação de risco Standard & Poor´s manteve a nota do país na categoria de investimento seguro, ainda que apenas um degrau acima do nível que seria considerado arriscado...
A S&P expressou a crença [mais honesto seria dizer que tudo faz para levantar a bola dos defensores de tal posição] de que o governo e o Congresso manterão o rumo do ajuste das contas públicas, o que reforçará lentamente a confiança de empresários e consumidores e, ao longo do tempo, ajudará a restabelecer o crescimento. Considerou, além disso, uma surpresa positiva a guinada de 180 graus na política econômica.
No ano passado, quando a agência rebaixou a nota do Brasil, a expectativa era a oposta: os erros do primeiro mandato de Dilma Rousseff se repetiriam no segundo.
A mudança de rota foi considerada mais relevante do que o agravamento da conjuntura..."
É chocante ver muitos petistas espocando champanhe para este reticente voto de confiança que o Brasil acaba de receber dos cães de guarda do capitalismo globalizado que, primeiramente, levaram-no à beira do abismo; depois, sinalizaram que se absterão de empurrá-lo para baixo desde que Dilma-2 não repita os erros de Dilma-1, ou seja, desde que mantenha a guinada de 180º na política econômica (eufemismo para a rendição incondicional à ortodoxia neoliberal).
 
No fundo, quem realmente recebeu o voto de confiança foi o Chicago boy Joaquim Levy, na esperança de ajudá-lo a manter-se como czar da economia, na contramão de tudo que o PT prega desde 1980 e apesar do fogo cerrado dos melhores quadros do partido, que não se conformam com tamanha degringola ideológica.
 
Quando somos elogiados por inimigos figadais, a primeira pergunta que devemos fazer é: "Onde foi que erramos?".