Terça,
24 de março de 2015
De Notibras
A venda das projeções da Quadra 901 Norte – um projeto
acalentado pelo ex-governador Agnelo Queiroz, arquivado após pressão da
sociedade civil organizada – volta a ordem do dia. O sinal para uma suposta
abertura de ocupação daquela área foi dada nesta terça-feira 24, com a decisão
do governador Rodrigo Rollemberg de vetar proposta da deputada Liliane Roriz
(PRTB) que torna a 901 intocável.
O gesto de Rollemberg reencarna o pesadelo que tomou conta
dos defensores de Brasília, à época de Agnelo, que temiam pelo tombamento da
capital da República. O veto não é garantia (ao menos imediata) de venda do
terreno. Mas deixa uma brecha para eventuais futuras negociações.
A deputada Liliane Roriz, uma das mais fiéis aliadas do
Palácio do Buriti, reagiu com indignação ao veto. “Não é questão de orgulho,
mas a assinatura dele (do governador) foi colocada no papel errado. Com esse
veto a 901 Norte volta a ser um pesadelo”, disse a vice-presidente da Câmara
Legislativa, lembrando o drama vivido ao longo dos quatro anos em que o PT
mandou no Palácio do Buriti.
Na tentativa de justificar o veto, o governador Rodrigo
Rollemberg sentenciou que apenas ao Executivo cabe legislar sobre o ordenamento
territorial do Distrito Federal. Mas Liliane pensa diferente. “Nessa questão
sou intransigente. A Câmara é uma Casa de leis. E não medirei esforços para
manter vivo o projeto de Lúcio Costa”, sublinhou. Segundo a deputada, a
sociedade deve estar unida para evitar que Brasília fique refém da especulação
imobiliária.
Nesta mesma terça-feira 24 Liliane Roriz deu início a uma
odisseia para cerrar fileiras em defesa da 901 Norte. Ela acredita que o povo
vai se mobilizar em defesa do terreno, originalmente destinado a parque e
outras iniciativas de lazer, desde que respeitadas suas características. O
primeiro passo da nova cruzada da deputada será convencer seus pares a derrubar
o veto imposto pelo governador.