Quarta, 24 de junho de 2015
André Richter - Repórter da Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) apreendeu na última
segunda-feira (22) um bilhete no qual o presidente da Odebrecht, Marcelo
Odebrecht, escreveu a frase "destruir e-mail sondas". O
bilhete foi endereçado aos advogados dele e foi interceptado pelos
agentes da PF que fazem a vigilância da carceragem da Superintendência
em Curitiba, onde o executivo está preso desde sexta-feira (19).
Entre as frase escritas no bilhete, aparecem os dizeres “destruir e-mail sondas RR”. Para a PF, Marcelo se referia a Roberto Prisco Ramos, executivo da petroquímica Braskem, controlada pela Odebrecht.
Após
tomar ciência do ocorrido, o delegado responsável pela Operação Lava
Jato pediu aos advogados do executivo que apresentassem o bilhete
original e justificassem a expressão usada por Odebrecht, sendo que o
bilhete original não foi retido pela PF.
Ao delegado, os
advogados Rodrigo Sanches e Dora Cavalcanti alegaram que o verbo
destruir se referia a "estratégia processual e não a supressão de
provas". Eles explicaram que o documento original foi levado para São
Paulo, por outro advogado, onde fica a sede da empreiteira.
Para decretar a prisão dos executivos da Odebrecht, o juiz Sérgio Moro, baseou-se, entre outras provas, em outros e-mails
trocados entre Marcelo Odebrecht e Roberto Prisco, nos quais é
mencionado o pagamento de propina de US$ 25 mil por dia para operação de
sondas de perfuração da Petrobras.