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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

É a pura verdade: Governo Rollemberg avança sobre o Iprev (Instituto de Previdência dos Servidores Público do DF) para arrancar dinheiro dos futuros aposentados

Sexta, 25 de setembro de 2015
Do Sinpro-DF
Por Maria Carla 

GDF avança sobre o Iprev para pegar dinheiro dos futuros aposentados

Na tarde desta quinta-feira (24), o governo Rollemberg usou a mídia mais uma vez para mandar o seu recado. Desta vez, ameaça a aposentadoria de parte do funcionalismo público que investiu seu dinheiro no Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Distrito Federal (Iprev).Em nota veiculada no seu blog, intitulada “Com risco de atrasar salários, GDF pretende usar recursos do Iprev”, o Correio Braziliense “avisa” a pretensão do Governo do Distrito Federal (GDF).
A diretoria colegiada do Sinpro-DF considera irresponsável o avanço do governo Rollemberg sobre os recursos financeiros do Iprev que irão pagar aposentadorias futuras de servidores públicos. Desde o início do ano, o Sindicato vem denunciando as tentativas do governador de gastar os R$ 3,3 bilhões do Iprev. Na avaliação da diretoria, não há nenhum argumento que justifique a retirada desses recursos do objetivo para o qual ele está reservado.
No primeiro semestre deste ano, o governador foi impedido pelo Conselho de Administração do Iprev de desviar esses recursos para outros usos aleatórios e imprecisos. Por disso e também por outros interesses, ele elaborou o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 19, de 2015, com o intuito de reformar totalmente a previdência dos servidores do DF. Todas as cláusulas do PLC 19/2015 são nefastas para o futuro do funcionalismo público, porém, uma das mais terríveis é esta que trata do Iprev.
No item sobre o instituto, o governador Rollemberg modifica a composição do Conselho de Administração, propõe a quebra do seu atual caráter paritário e reduz drasticamente o número de representantes da classe trabalhadora. Com isso, ele terá mais acento no conselho e poderá pôr a mão nesse dinheiro sem nenhum empecilho, além de quebrar definitivamente a previdência de mais de 30 mil servidores públicos vinculados a esse instituto e que pretendem se aposentar em médio e longo prazos.
iprev
Nilza Cristina Santos, diretora do Sinpro-DF, representante dos servidores no Conselho de Administração do Iprev e secretária  de Formação da CUT Brasília, reafirma a importância da mobilização da categoria. “Neste momento de ataques aos direitos trabalhistas não podemos recuar diante das pressões do governo. Não aceitaremos retirada de direitos. Essa é mais uma forma que o governo tem de pressionar a classe trabalhadora e de retirar direitos garantidos”, assegura.
Ela esclarece que esse dinheiro está capitalizado e é o que garantirá a aposentadoria de mais de 30 mil servidores públicos que ingressaram no Governo do Distrito Federal (GDF) por meio de concurso público entre os anos de 2007 e 2014. “O Iprev foi criado em 2007 e, nesses 8 anos, o Conselho buscou capitalizar, por isso hoje temos um instituto superavitário. Esses R$ 3,3 bilhões é superavitário ao fato de ele estar capitalizado e estar investido em fundos de investimentos”, explica a diretora.
Ela considera que “mexer neste dinheiro é mexer em investimentos de médio e longo prazos que irão pagar as aposentadorias de mais de 30 mil servidores públicos concursados e contratados, entre 2007 e 2014. Rollemberg não está contratando servidores concursados e não tem intenção de fortalecer o serviço público. Uma das maneiras de fazer isso é não fazendo concurso e não contratando servidores”, afirma Nilza.
A diretora do Sinpro-DF diz que, por causa desses e de outros ataques aos direitos dos servidores públicos, a categoria deve estar atenta e mobilizada para impedir esta e outras retiradas de conquistas trabalhistas que estão ameaçadas pela política neoliberal de choque de gestão adotada pelo novo governo do DF.