Segunda, 25 de janeiro de 2015
André Richter - Repórter da Agência Brasil
Quatro denunciados na Operação Lava Jato ficaram calados durante
depoimento prestado hoje (25) ao juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara
Federal em Curitiba. Por orientação dos advogados, permaneceram em
silêncio o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor de
Serviços da Petrobras Renato Duque, Roberto Marques, ex-assessor do
ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e Júlio César dos Santos,
ex-sócio de Dirceu em uma empresa de consultoria.
Os depoimentos
ocorreram no âmbito da ação penal na qual José Dirceu e mais 15
investigados foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF)
pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
José Dirceu
A
acusação contra o ex-ministro e os demais denunciados se baseou nas
afirmações do empresário Milton Pascowitch, em depoimento de delação
premiada. O delator disse que fez pagamentos em favor de Dirceu e
Fernando Moura, empresário ligado ao ex-ministro. Segundo o MPF, os
valores são decorrentes de contratos da Empreiteira Engevix e a
Petrobras, por serviços de consultoria.
Os depoimentos de Dirceu e
do ex-executivo da Engevix Gerson Almada estão marcados para
sexta-feira (29). Desde o surgimento das primeiras denúncias contra João
Vaccari Neto, a defesa do ex-tesoureiro sustenta que ele somente
arrecadou doações lícitas para o PT, por meio de depósitos bancários e
com emissão de recibos.
Por determinação do juiz Sérgio Moro,
Dirceu está preso preventivamente desde agosto do ano passado em um
presídio em Curitiba. A defesa do ex-ministro afirma que a denúncia é
inepta, por falta de provas. De acordo com os advogados, a acusação foi
formada apenas com declarações de investigados que firmaram acordos de
delação premiada.