Fonte: Por Ana Dubeux, Ana Maria
Campos, Helena Mader e Leonardo Cavalcanti - Correio Braziliense e Blog do
Sombra
Roberto Monteiro Gurgel
Santos, 61 anos, tornou-se um rosto gravado na memória dos brasileiros naquela
tarde do início de agosto de 2012, depois de mais de cinco horas de sustentação
oral contra 36 réus do processo do mensalão. Ali, no plenário do Supremo
Tribunal Federal (STF), ele se transformou em herói e vilão ao mesmo tempo, a
depender das cores partidárias das torcidas que o elogiavam ou o criticavam. As
acusações ao longo do julgamento, entretanto, apenas reforçaram o caráter
estritamente técnico do trabalho de Gurgel, confirmado a cada dia em outro
processo ainda em curso, o petrolão.
As comparações entre o
mensalão e o petrolão são inevitáveis, afinal o ataque aos cofres públicos se
repetiu, e mesmo alguns personagens expostos durante o escândalo iniciado nos
Correios acabaram no banco dos réus — e já atrás das grades — por assaltarem a
Petrobras. “O mensalão era apenas a ponta do iceberg”, afirmou Gurgel, na tarde
da última quarta-feira em entrevista exclusiva ao Correio. “O enfrentamento
entre Justiça e impunidade teve um momento marcante no mensalão e se desdobra,
em momento também importante, em volumes exponenciais em termos de recursos da
Lava-Jato.”