Domingo, 13 de março de 2016
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
Diversos
políticos e parlamentares de partidos de oposição estiveram presentes
neste domingo (13) na Avenida Paulista, região central da capital, no
ato em favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O principal
ponto de encontro das lideranças oposicionistas foi o palco montado pelo
Movimento Brasil Livre, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Ao
se aproximarem do local, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) foram vaiados pelos manifestantes. “Nós
estamos aqui como cidadãos, respeitando a pluralidade nessa sociedade
tão múltipla como a nossa e na busca daquilo que nos une, o fim desse
governo”, disse o senador.
Perguntado sobre as menções de seu
nome na Operação Lava Jato, o senador mineiro se defendeu das suspeitas
que têm surgido sobre seu envolvimento no esquema de corrupção da
Petrobras. “Acho que todas as citações têm que ser investigadas e elas
estão se desmontando porque são falsas”, enfatizou.
Alckmin
destacou o caráter pacífico do protesto. “Acho que São Paulo está dando
uma grande demonstração de civismo. Uma festa democrática pacífica, sem
briga, com uma grande participação popular. Acho que é o momento de cada
um de nós ajudar o Brasil a virar essa página e retomar o crescimento”,
disse o governador, que após ser hostilizado deixou o ato rapidamente.
Ao
microfone, o deputado federal Onix Lorenzoni (DEM-RS) criticou o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por incentivar a militância a
defender o mandato de Dilma. “Que líder é esse que joga brasileiro
contra brasileiro?”, disse para o público que se aglomerava em frente ao
Masp. O ex-presidente, em muitos momentos, era o alvo principal dos
gritos de ordem dos manifestantes e dos oradores dos carros de som que
pediam a prisão do líder petista.
Outro tema recorrente foi os
impostos, lembrados pelo pato inflável montado pela Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em frene à sede da entidade.
Também foram distribuídos balões da campanha que critica a carga
tributária brasileira.
Multidão
Em
diversos pontos da avenida era difícil andar em meio à multidão devido a
grande concentração de pessoas. Apesar de o ato estar marcado para o
meio da tarde, no final da manhã diversos manifestantes já chegavam à
região. Além dos carros de som, foram inflados dois bonecos gigantes de
Dilma e Lula.
Tudo foi acompanhado por um grande contingente da
Polícia Militar (PM), que espalhou veículos blindados por diversos
pontos da avenida. Segundo a PM, uma mulher foi presa por desacato
depois de jogar uma garrafa de água contra policiais.
Para um dos
líderes do MBL Kim Kataguiri, a divulgação de trechos da suposta
delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi um dos fatores que
ajudou a impulsionar a manifestação. “A delação do Delcídio do Amaral
foi o que mais contou”, ressaltou.
Na avaliação dele, algumas
figuras politicas só aderiram ao movimento pela destituição de Dilma
pela pressão dos protestos. “A gente vinha criticando a oposição por não
comparecerem, por não apoiarem o impeachment. Agora, houve essa mudança
de postura, talvez não por convicção pessoal, mas por terem sido
empurrados pelas manifestações”, disse, ao comentar as vaias dadas ao
senador Aécio e ao governador Alckmin.
A manifestação vai, na
opinião do senador Ronaldo Caiado, (DEM-GO), líder do DEM no Senado,
ajudar a pressionar o Congresso a aprovar o impedimento de Dilma. “Não
tem como agora a classe política não responder a essa reação da
população brasileira. Seria negar a função do Congresso Nacional de ser
representante do povo brasileiro”.