Quarta, 16 de março de 2016
Ana Cristina Campos e Paulo Victor Chagas - Repórteres da Agência Brasil
Depois de mais de quatro horas de conversa na noite de ontem
(15), a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva voltam a se reunir no Palácio da Alvorada esta manhã. Lula chegou
por volta das 9h. Também estão no Alvorada os ministros da Casa Civil,
Jaques Wagner, da Fazenda, Nelson Barbosa, e da Educação, Aloizio
Mercadante.
Até o momento nenhuma informação sobre o teor das
discussões foi divulgada. Desde ontem, a possibilidade de Lula ser
nomeado ministro de Dilma repercute entre deputados favoráveis e
contrários ao governo. Os petistas apoiam a iniciativa por conta da
habilidade política do ex-presidente, enquanto os oposicionistas
classificam a hipótese como tentativa de blindá-lo das investigações da
Operação Lava Jato.
Lula chegou a Brasília no meio da tarde de
ontem e, antes de se reunir com a presidenta, recebeu alguns
parlamentares petistas no hotel em que está hospedado. De acordo com o
senador Lindberg Farias (PT-RJ), que esteve no encontro, a ocupação de
um ministério por Lula “aumenta muito a articulação política do governo”
e faria com que o governo saísse “fortalecido na batalha do
impeachment”.
Outro assunto de grande repercussão política nessa
terça-feira (16) em Brasília foi a delação do senador Delcídio do Amaral
(MS), homologada pelo Supremo Tribunal Federal. No depoimento, o
parlamentar cita nomes do governo e da oposição que, segundo ele,
estariam envolvidos em esquemas de corrupção na Petrobras e em outras
empresas públicas. O senador está em processo de desfiliação do PT.
Ontem,
Dilma afirmou, em nota, que repudia "com veemência e indignação" a
tentativa de envolvê-la no que classificou de "iniciativa pessoal" do
ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de conversar com o senador
Delcídio do Amaral (MS). Na delação, o senador afirma que o ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, ofereceu ajuda financeira para evitar a
delação.