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Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil
Manifestantes fazem hoje (1º) um ato contra a polarização
política e defendendo os direitos dos trabalhadores no vão-livre do
Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Chamado de Chega
de Mentiras, o ato é apoiado principalmente pela CSP-Conlutas e pelo
PSTU.
O lema da manifestação é Contra Dilma (PT), Cunha, Temer e
Renan (PMDB) e Aécio e Alckmin (PSDB)! Por uma Alternativa dos
Trabalhadores, da Juventude e do Povo Pobre! Neste momento eles se
concentram no vão-livre do Masp, mas a intenção é sair mais tarde em
caminhada pela Avenida Paulista.
Parte dos manifestantes presente
ao ato saiu em caravana da cidade de São José dos Campos (SP). Eles
usam uma camiseta preta com fotos da presidenta da República Dilma
Rousseff, do vice-presidente Michel Temer, do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, do presidente do Senado Renan Calheiros e do presidente
da Câmara Eduardo Cunha, do senador Aécio Neves, com a mensagem Fora
Todos. Muitos dos participantes do ato, segundo os organizadores, são
metalúrgicos de empresas como General Motors, Embraer e Chery, entre
outras.
Os manifestantes criticam tanto o governo da presidenta
Dilma Rousseff quanto a oposição. Na chamada do ato, eles dizem “que não
há diferença entre o governo do PT e a oposição de direita nos ataques
contra a classe trabalhadora”. Para eles, é preciso construir uma
terceira alternativa, um bloco que defenderia o direito dos
trabalhadores.
O ato ocorre em diversas cidades do país. Os
manifestantes protestam também contra o ajuste fiscal, as privatizações e
a reforma da previdência.
Divisão
As entidades que apoiam o ato, embora concordem com a saída da presidenta Dilma, se dividem em apontar uma solução para o momento político brasileiro.
As entidades que apoiam o ato, embora concordem com a saída da presidenta Dilma, se dividem em apontar uma solução para o momento político brasileiro.
O presidente nacional do PSTU, Zé Maria, defende
eleições gerais no país. “Nossa opinião é que a solução para a crise do
país hoje e que possa atender ao interesse dos trabalhadores é tirar
todos eles, Dilma, Temer, Eduardo Cunha, Renan Calheiros e convocar
novas eleições gerais”. Segundo ele, as novas eleições atingiriam também
todo o Congresso Nacional - deputados federais e senadores - e os
governadores e deputados estaduais do país.
Indagado se, neste
caso, os candidatos não seriam os mesmos, Zé Maria disse que há opções,
como o PSTU, que “não aparece na lista de partidos que receberam
dinheiro da Odebrecht”. “O povo tem alternativas. E o povo saberá
decidir o que é melhor para ele”, disse. “O impeachment [de
Dilma] não resolve porque bota o Temer no lugar. E o Temer e a Dilma são
a mesma coisa”. Para Zé Maria, a saída de Dilma se justificaria pelas
“300 mil demissões na área de construção civil do ano passado até hoje”,
pelos direitos que foram cortados pelo governo e “pela mentira que eles
contaram na campanha eleitoral".
Paulo Barella, da secretaria
nacional executiva da Conlutas, disse que a central ainda não se decidiu
sobre a melhor solução para o país. Segundo ele, esse é um debate que a
entidade ainda está desenvolvendo e quer discutir, com os
trabalhadores, a partir de mobilizações como essa qual é a melhor saída.
“Pode
ser eleições gerais ou uma organização independente dos trabalhadores
ou uma outra saída. Isso é uma construção que teremos que fazer”, disse
Barella. “Defendemos aqui a construção desse campo independente, da
classe trabalhadora, que se enfrenta contra os outros dois segmentos [os
favoráveis e os contrários ao governo atual]. Estamos construindo aqui
essa ação para mostrar que há uma outra visão em relação aos outros dois
campos, que busca ações independentes dos trabalhadores”.
As
entidades pretendem se reunir novamente no dia 1º de Maio, em um ato
unificado na Avenida Paulista. “Vamos fazer um 1º de maio nacionalizado
aqui em São Paulo. Queremos reunir algo em torno de 15 mil ou 20 mil
pessoas”.