Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Comparações históricas há para todos o gostos

Sexta, 22 de abril de 2016
Do Blogue Náufrago da Utopia
Por Celso Lungaretti
Ridículo, sim. Traidor da Pátria, não.

Sempre considerei Michel Temer um político profissional medíocre como quase todos os de sua laia. Adoraria se conseguíssemos escapar, pela via de uma nova eleição, de termos de aturá-lo por dois anos e meio como presidente da República. Será uma das piores heranças malditas da Dilma.

De outra parte, continuo detestando o jogo sujo com que o PT sataniza os adversários, recorrendo a falsidades de todo tipo para manter o rebanho balindo conforme convém a seus dirigentes. 

Estes querem, a todo custo, evitar que a atual derrota acachapante seja entendida como tal, em toda sua extensão, pelas pessoas simpáticas aos ideais de esquerda, para que estas não se ponham a refletir sobre culpas e responsabilidades, ameaçando a hegemonia do partido que fracassou miseravelmente na defesa dos interesses e necessidades dos explorados.

No atual vale-tudo para tirar o foco do fiasco, o PT aproveitou o 21 de abril para acusar Temer de traidor, comparando-o a Joaquim Silvério dos Reis.
Incapacitada, não causou danos.
O único paralelo possível é que Silvério traiu a Inconfidência Mineira e Temer, a incompetência mineira (de Dilma).

De resto, equiparar aquela elogiável tentativa de emancipar o Brasil com um governo tão servil face à metrópole capitalista como o de Dilma só pode ser piada de mau gosto. Firme como geleia, ela nem sequer teve brio para atender o pedido de asilo de Edward Snowden, por medo de contrariar o Grande Irmão do Norte...

E, se for para fazermos comparações históricas forçadas e de mau gosto, alguém poderá lembrar de Maria, a Louca, rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves durante oito anos, até morrer em março de 1816. Como a consideraram incapacitada para governar, pelo menos foi impedida de fazer grandes bobagens, como destruir as finanças do reino.