Quinta, 7 de abril de 2016
Daniel Isaia – Correspondente da Agência Brasil
Um confronto com troca de tiros entre policiais militares e
integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) deixou
pelo menos dois mortos na tarde de hoje (7) na cidade de Quedas do
Iguaçu, região oeste do Paraná. A Polícia Militar (PM) paranaense e o
MST contam versões diferentes sobre como começaram os disparos.
Segundo
a PM, duas equipes da corporação acompanhavam um grupo de funcionários
da empresa Araupel no combate a um incêndio dentro de uma fazenda de
celulose da companhia ocupada pelos sem-terra. O grupo teria sido vítima
de uma emboscada organizada por mais de vinte integrantes do MST e
reagiram ao ataque, deixando dois mortos e seis feridos entre os
camponeses. A PM disse ainda que enviou equipes para resgatar os feridos
e remover os corpos das vítimas.
Na versão do MST, cerca de 20
integrantes do movimento realizavam uma ronda de rotina ao redor do
acampamento onde vivem quando foram surpreendidos por policiais
militares, funcionários da Araupel e seguranças privados, que teriam
iniciado os disparos.
A assessoria do MST ainda não sabe
confirmar quantas pessoas ficaram feridas e disse que o movimento não
teve acesso ao local do confronto, que estaria ainda cercado pelos PMs. O
MST também negou que tenha havido um incêndio na região.
A
fazenda da Araupel é motivo de conflito desde a primeira ocupação do MST
no local, em 1996, quando dois integrantes do movimento também morreram
em um confronto com funcionários da empresa. A área onde o MST está
acampado atualmente foi ocupada há cerca de dois anos e é razão de briga
judicial entre a Araupel e o movimento.
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as mortes.