Segunda, 25 de abril de 2016
Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
No Dia Mundial da Malária, lembrado hoje (25), a Organização
Mundial da Saúde (OMS) alertou que quase a metade da população mundial –
o que equivale a 3,2 bilhões de pessoas – ainda corre o risco de
contrair a doença. Apenas no ano passado, 214 milhões de novos casos
foram identificados em 95 países e mais de 400 mil pessoas morreram
vítimas da infecção.
“Um ano após a assembleia da Organização
Mundial da Saúde decidir eliminar a malária de pelo menos 35 países até
2030, a OMS divulga um relatório que mostra que a meta, apesar de
ambiciosa, é alcançável”, informou a entidade. Em 2015, nenhum
país-membro da OMS na Europa reportou casos de malária em indígenas,
contra 90 mil registrados em 1995.
Os dados mostram que oito
países fora da região europeia também não reportaram nenhum caso da
doença em 2014. São eles: Argentina, Costa Rica, Iraque, Marrocos, Omã,
Paraguai, Sri Lanka e Emirados Árabes Unidos. Outros oito países
computaram menos de 100 casos em indígenas no mesmo período, enquanto 12
países identificaram entre 100 e mil casos.
“A Estratégia
Técnica Global para a Malária 2016-2030, aprovada pela Assembleia da
Organização Mundial da Saúde em 2015, clama pela eliminação da
transmissão local da malária em pelo menos dez países até 2020. A OMS
estima que 21 países estão em condições de alcançar este objetivo,
incluindo seis na região africana, onde o fardo da doença é mais
pesado”, diz o relatório.
Desde 2000, a taxa de mortalidade por
malária caiu 60% em todo o mundo. Nos países africanos, o índice caiu
71% entre crianças menores de 5 anos. Os avanços, segundo a OMS, foram
alcançados por meio do uso de ferramentas de controle amplamente
implantadas na última década, como mosquiteiros tratados com inseticida,
pulverização residual de interiores e testes de diagnóstico rápido.
“Mas
alcançar o próximo nível – a eliminação – não será fácil”, ressaltou a
OMS. “A eficácia das ferramentas que garantiram melhorias nos primeiros
anos deste século estão agora ameaçadas. A resistência de mosquitos a
inseticidas utilizados nas telas e na pulverização residual está
crescendo, assim como a resistência do parasita a componentes de um dos
medicamentos mais poderosos contra a malária. Maiores progressos vão
exigir novas ferramentas que não existem atualmente, além do
aperfeiçoamento de novas tecnologias”, afirma a nota da organização.