Sábado, 9 de abril de 2016
Da Tribuna da Imprensa
Helio Fernandes
A empreiteira fez a mais destruidora narrativa sobre Dona Dilma. Textual: "Fizemos doação legal para a campanha dela, com dinheiro da propina da Petrobras e de Bello Monte". Aí deu números e nomes. 150 milhões para o PT e PMDB, 75 milhões para cada um. A presidente, furiosa e se dizendo revoltada, falou, "estão fazendo vazamento seletivo contra mim". E exigiu medidas punitivas e drásticas, do Ministro da Justiça.
Não
houve nenhum vazamento, seletivo ou não. O que há hoje, é a "Revolução
da Tecnologia". Existem os mais diversos canais de comunicação,
mobilizados e movimentados por jornalistas que detestam o silencio. E
não se deixam intimidar. É uma concorrência pela publicação das
noticias, o mais rapidamente possível. Dessa forma, não ha fato, por
mais sigiloso que pareça que não seja descoberto e publicado. Pois todos
só têm um objetivo: informar o cidadão-contribuinte- eleitor, tenha o
aparelho receptivo que tiver.
(Em
1963, pouco antes do golpe, o Ministro da Guerra, Dantas Ribeiro,
mandou uma circular "sigilosa e confidencial", para 12 generais de
Divisão, com a afirmação arrogante: "Só confio nesses". Nessa época
ainda não existiam os generais de Exercito. Pois um deles me deu a sua
copia, publiquei imediatamente. Fui preso e julgado pelo Supremo, o
Ministro tinha foro privilegiado Em toda a Historia, sou o único
jornalista julgado de corpo presente no Supremo. Ganhei de 5 a 4. O
Millôr escreveu: "Não quero defender o Helio por ser meu irmão. Mas um
jornalista que recebe circular "sigilosa e confidencial" e não publica, é
melhor que abra um armazém de secos e molhados". Nessa época só
existiam rádios e jornais).
Dona Dilma devia ficar em silencio
Depois
dessa reação medíocre, a um fato jornalístico, publicado
jornalisticamente, em vez de ficar em silencio, a presidente discursou e
enfatizou: "Querem o golpe, para crescer, o Brasil só precisa de três
coisas: convergência, diálogos e parceiros". As três coisas nas quais
revela mais desinteresse e até desprezo. Ontem o filme, "Todos os homens
do presidente", completou 40 anos. Jornalisticamente é um dos melhores
já feitos. E o que tem enorme relacionamento com a realidade do Brasil de hoje.
Trata
da situação do então Presidente Nixon. Eleito em 1968, reeleito em
1972, chamuscado pelo escândalo de Watergate. No fim de 1973 já tratavam
aberta e garantidamente do seu impeachment. Declarou na televisão: "Não
renunciarei de jeito algum". 15 dias depois, em junho de 1974, o Chefe
da Casa Civil e o Ministro da Justiça, comunicaram: "Presidente, já
existe numero mais do que suficiente para votarem o impeachment. A única
saída é a renuncia". Renunciou.
Qualquer semelhança com o Brasil e Dona Dilma, não será apenas coincidência.
Era
para começar às 15, abriu os trabalhos às 15,30. O presidente havia
declarado: "Serão 32 horas seguidas, terminaremos às 22 horas já do
sábado, quase domingo". Os governistas protestaram foi feito um acordo: às 3 da madrugada, “quem falou, falou, encerraremos". Como falarão
intercalados, um governista e um oposicionista, as grandes redes e
jornais poderão fazer estimativa bastante segura, a respeito da votação
de segunda feira.
O Supremo se reúne no dia 20
Quando
Lula falou arbitrariamente, na quinta feira, serei Ministro,
retifiquei: “O Supremo só deverá se reunir na outra semana". Na quinta
bem tarde, o presidente Lewandowski comunicou oficialmente: "O Supremo
se reunirá no dia 20". O ex-presidente não acerta uma. E houve
modificação importante. O Procurador Geral, que defendia a posse de
Lula, mas ficando com o foro em Curitiba, mudou de posição. Pediu ao
plenário para vetar a sua nomeação e posse, sendo julgado então pelo
Juiz Sergio Moro.
O novo presidente do TSE
Outra
exclusividade deste repórter: ha mais ou menos três meses, revelei: o
futuro presidente do TSE, será o Ministro Gilmar Mendes. Ontem foi
eleito, imediatamente afirmou: "Quero marcar minha passagem pelo cargo,
fazendo rigorosa apuração pelos gastos das campanhas eleitorais".
Declaração sintomática, nada simbólica.
PS- O Brasil está no caminho de mudar de técnico da seleção. Del Nero quer tirar o Dunga. Com a mesma impropriedade.
PS2-
Agora é presidente "licenciado", com medo da corrupção. Convidou Tite
para o cargo,ele não quis conversar.O argentino Sampaoli se ofereceu.
PS3-
È ultraje escolher um técnico estrangeiro. A não ser que fosse o
Guardiola. O Brasil não teria dinheiro para paga-lo. E nos próximos 3
anos tem contrato com o Manchester City. Receberá 89 milhões de reais
por ano.