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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 12 de abril de 2016

Impeachment: 36 deputados da comissão respondem a processos na Justiça

Terça, 12 de abril de 2016

Entre os membros da comissão com pendências jurídicas, quatro são alvos de inquérito da Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras: Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Roberto Britto (PP-BA), José Mentor (PT-SP) e Jerônimo Goergen (PP-RS).

Dos quatro, apenas Goergen votou pela continuidade do processo de impedimento de Dilma.
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Noelle Oliveira - Do Portal EBC
Dos 65 membros da Comissão Especial do Impeachment da Câmara dos Deputados que votaram ontem (11) o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), 36 respondem ou já foram condenados por algum crime na Justiça comum ou eleitoral. O levantamento foi feito pelo Portal EBC em plataforma da ONG Transparência Brasil.

Os questionamentos judiciais a que respondem ou já responderam os 36 deputados vão desde problemas com prestações de contas eleitorais a ações de improbidade administrativa, lavagem de dinheiro e questionamentos em licitações.

Entre os parlamentares da comissão que possuem algum registro judicial durante a carreira política, 20 votaram favoravelmente ao parecer que recomendou a abertura de processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Os outros16 votaram contra o relatório.

Na lista dos deputados com questionamentos judiciais estão, inclusive, o presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), indiciado por corrupção eleitoral no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, e o relator Jovair Arantes, alvo de ação movida pelo Ministério Público Federal referente à improbidade administrativa. Arantes também teve suas contas de campanha reprovadas em 2006 e 2012.

Entre os membros da comissão com pendências jurídicas, quatro são alvos de inquérito da Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras: Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Roberto Britto (PP-BA), José Mentor (PT-SP) e Jerônimo Goergen (PP-RS).

Dos quatro, apenas Goergen votou pela continuidade do processo de impedimento de Dilma.

Veja abaixo quais são os questionamentos judiciais e como cada deputado votou na Comissão Especial de Impeachment:

Mendonça Filho (DEM-PE)
Em razão da posição de presidente regional do DEM em Pernambuco, o parlamentar é parte em processos que tiveram as contas do partido julgadas como não prestadas em municípios pernambucanos.
Como votou: SIM

Orlando Silva (PCdoB-SP)
As contas de 2004 da Secretaria-Executiva do Ministério dos Esportes, de responsabilidade do parlamentar, foram julgadas irregulares por falhas em convênios celebrados. Foi condenado a pagar multa de R$ 5 mil.

Além disso, suas contas da campanha eleitoral de 2014 a deputado federal foram reprovadas. Na condição de presidente do diretório estadual paulista do PCdoB, o parlamentar figura como parte em processos em dois municípios nos quais as contas de 2014 não foram prestadas. Foi determinada a suspensão do repasse de novas cotas do fundo partidário municipal pelo tempo em que o partido permanecesse omisso.
Como votou: NÃO

Flavio Nogueira (PDT-PI)
É responsável pelas contas do exercício financeiro de 2012 do diretório estadual do PDT no Piauí, que foram desaprovadas. A Justiça Eleitoral também determinou a suspensão do repasse de cotas do fundo partidário por seis meses. Entrou com recursos, mas a decisão foi mantida.
Como votou: NÃO

Weverton Rocha (PDT -MA)
É réu em ação penal movida pelo Ministério Público por crimes previstos na Lei de Licitações. Também é alvo de inquérito referente a crimes de peculato, corrupção passiva e ativa, além de ações civis de improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público.
Como votou: NÃO

Junior Marreca (PEN-MA)
É réu em ação penal por emprego irregular de verbas ou rendas públicas e em ações civis de improbidade administrativa (dano ao erário) movidas pelo Ministério Público Estadual.
Como votou: NÃO

Leonardo Picciani (PMDB-RJ)
É alvo de representação (sob segredo de Justiça) por captação e gastos ilícitos na campanha de 2014 com pedido de cassação de diploma.
Como votou: NÃO

Leonardo Quintão (PMDB-MG)
É alvo de ação civil por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual.
Como votou: SIM

Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA)
O parlamentar presidia o PMDB na Bahia em 2007, quando a prestação de contas foi reprovada
Como votou: SIM

Mauro Mariani (PMDB-SC)
Réu em ação por improbidade administrativa. A ação havia sido extinta em primeira instância, mas o Tribunal de Justiça de Santa Catarina anulou essa decisão. O parlamentar recorre no Superior Tribunal de Justiça.
Como votou: SIM

Osmar Terra (PMDB-RS)
O Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul apontou irregularidades nas gestões de Terra na Secretaria de Saúde e em uma prefeitura e o condenou a pagamento de multa.
Como votou: SIM

Valtenir Pereira (PMDB-MT)
É alvo de inquérito que apura crimes da Lei de Licitações. Foram desaprovaram as contas relativas ao exercício financeiro do PSB nos anos de 2009 e 2010, quando o parlamentar presidia a regional do partido.
Como votou: NÃO

Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
É alvo de inquérito da Operação Lava Jato que investiga esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras. Também responde por de inquérito que apura crimes previstos na Lei de Licitações.
Como votou: NÃO

Jerônimo Goergen (PP-RS)
É alvo de inquérito da Operação Lava Jato. Também responde por improbidade administrativa referente a indicação de assessor parlamentar que agia como funcionário fantasma, recebendo os valores do cargo sem a realização das atividades devidas.
Como votou: SIM

Júlio Lopes (PP-RJ)
É alvo, no STF, de inquérito que apura apropriação indébita previdenciária. O processo está suspenso, pois parlamentar está efetuando o pagamento dos débitos.
Como votou: SIM

Paulo Maluf (PP-SP)
Foi condenado por improbidade administrativa pelo superfaturamento na construção do túnel Ayrton Senna quando era prefeito de São Paulo, com decisão mantida em segunda instância. Foi condenado pela utilização de meios e dinheiro público para promoção pessoal durante o período em que foi prefeito da capital paulista.

Também foi réu em ações por lavagem de dinheiro, por crimes eleitorais, por falsidade ideológica, crimes contra o sistema financeiro nacional, participação em ocultação de cadáveres de militantes durante a ditadura militar e improbidade administrativa em diferentes instâncias.
Como votou: SIM