Quarta, 20 de abril de 2016
$aiu dinheiro. Não entrou merenda
============
Fernanda Cruz – Repórter da Agência Brasil
A
manifestação de alunos de escolas técnicas estaduais contra o desvio de
recursos na compra da merenda escolar em São Paulo bloqueou, às 13h,
ambos os sentidos da Avenida Paulista, região central da capital
paulista. O protesto começou às 7h, na região da Luz, e seguiu em
passeata que interditou as avenidas Tiradentes e Ipiranga e a Rua da
Consolação até a Paulista, onde terminou por volta das 13h40.
Haverá
nova manifestação no próximo dia 28, às 8h, reunindo alunos de toda a
rede pública de ensino estadual. Nesse dia, os estudantes pretendem
paralisar as aulas nas escolas da capital.
Segundo os estudantes,
as escolas técnicas estaduais não oferecem merenda, nem almoço, mesmo
com alunos que ficam em período integral na instituição.
“Aqui na ETECs [Escola Técnica Estadual de São Paulo], quem faz ensino integrado passa o dia inteiro na escola, e tem que esquentar marmita no micro-ondas. Só que são três micro-ondas para todos, incluindo a Fatec [Faculdade de Tecnologia de São Paulo]. São 6 mil estudantes para três micro-ondas. A gente acaba não comendo. Os enfermeiros daqui dizem que muita gente passa mal porque não come”, disse uma das alunas, que se identificou como Chablau.
“Aqui na ETECs [Escola Técnica Estadual de São Paulo], quem faz ensino integrado passa o dia inteiro na escola, e tem que esquentar marmita no micro-ondas. Só que são três micro-ondas para todos, incluindo a Fatec [Faculdade de Tecnologia de São Paulo]. São 6 mil estudantes para três micro-ondas. A gente acaba não comendo. Os enfermeiros daqui dizem que muita gente passa mal porque não come”, disse uma das alunas, que se identificou como Chablau.
A assessoria do Centro Paula Souza
informou, em nota, que não houve corte de merenda nas escolas técnicas
estaduais. As unidades recebem merenda diretamente da Secretaria da
Educação, responsável pelo fornecimento em todo o estado, ou de
prefeituras conveniadas com a secretaria, diz o comunicado.
"O
Centro Paula Souza está tomando providências para adaptar as unidades
que ainda não oferecem merenda. Isso acontece porque, apenas em 2009,
com a Lei Federal nº 11.947, os alunos das ETECs passaram a ter esse
direito, e as escolas precisaram adequar sua infraestrutura à nova
realidade", comunicou a assessoria.
Fraudes
Uma
força-tarefa da Polícia Civil e do Ministério Público investiga, na
Operação Alba Branca, deflagrada no dia 19 de janeiro, um esquema de
fraude na compra de merenda escolar de prefeituras e do governo
paulista. Segundo o Gaeco de Ribeirão Preto, as fraudes na contratação
da merenda, ocorridas entre 2013 e 2015, chegam a R$ 7 milhões, dos
quais R$ 700 mil foram destinados ao pagamento de propina e comissões
ilícitas.
De acordo com o Gaeco, os crimes envolvem 20
municípios: Americana, Araras, Assis, Bauru, Caieiras, Campinas,
Colômbia, Cotia, Mairinque, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Novaes, Paraíso,
Paulínia, Pitangueiras, Ribeirão Pires, São Bernardo do Campo, Santa
Rosa de Viterbo, Santos e Valinhos.