Sexta, 15 de abril de 2016
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de
Curitiba, mandou soltar hoje (15) Paulo Cesar Roxo Ramos e Valério Neves
Campos, dois investigados presos na 28º fase da Operação Lava Jato, em
Brasília, na terça-feira (12). Ambos são ligados ao ex-senador Gim
Argello, que está preso preventivamente, na capital paranaense, sem
prazo definido.
Em troca de liberdade, os acusados estão
proibidos de mudar de endereço, deverão comparecer a todos os atos
processuais e entregar os passaportes. Na decisão, Moro entendeu que
Paulo Cesar e Valério Neves podem responder às acusações em liberdade.
"Não
vislumbro, no contexto, razão suficiente para a prorrogação da prisão
temporária. Poderão Paulo Roxo e Valério Neves ser ouvidos novamente, em
curto prazo, mesmo em liberdade. Como abaixo consignado, imposto a eles
o compromisso de atender intimações da autoridade policial, mesmo por
telefones", decidiu o juiz.
Na 28º fase, a Lava Jato investiga se
o ex-senador Gim Argello recebeu propina em troca de sua atuação
política em comissões parlamentares de inquérito que investigavam a
Petrobras.
Segundo os procuradores da Lava Jato, a prisão do ex-senador foi autorizada após terem sido recolhidas provas de que ele recebeu R$ 5 milhões em propina da empreiteira UTC Engenharia, conforme depoimento do dirigente da empresa, Ricardo Pessoa, em delação premiada.
Argello
teria orientado o empreiteiro a destinar o dinheiro na forma de doações
eleitorais aos diretórios nacionais de quatro partidos indicados por
ele: DEM (R$ 1,7 milhão), PR (R$ 1 milhão), PMN (R$1,15 milhão) e PRTB
(R$1,15 milhão). Em 2014, as siglas integravam uma coligação com o PTB,
partido pelo qual o ex-senador tentava a reeleição.
A defesa de Argello argumenta que a prisão é injustificada e está baseada apenas em denúncias não confirmadas.