Sexta, 8 de abril de 2016
Michèlle Canes - Repórter da Agência Brasil
O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal do
Paraná a condenação do ex-ministro José Dirceu, do ex-tesoureiro do PT,
João Vaccari Neto, e de mais 13 réus da ação penal da 17ª fase da
Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco. O pedido foi feito nas
alegações finais entregues pelo MPF à Justiça na noite de ontem (7).
No
pedido, o MPF acusa Dirceu dos crimes de organização criminosa,
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Já Vaccari é acusado do crime
de corrupção passiva, que assim como o ex-ministro, teria cometido 31
vezes.
Dirceu tem o agravante de já ter sido condenado anteriormente na Ação Penal 470, o processo do mensalão, segundo o MPF.
Na
mesma ação penal também são réus Júlio Camargo, Pedro Barusco, Olavo
Hourneaux de Moura Filho, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, Roberto
Marques, Julio César Dos Santos, Renato Duque, Gerson
Almada, Cristiano Kok, José Antunes Sobrinho, Milton Pascowitch e José
Adolfo Pascowitch. A denúncia contra eles foi aceita pelo juiz federal
Sérgio Moro em setembro do ano passado.
Para Camargo e Barusco, o
MPF pediu a suspensão da ação penal, já que ambos assinaram acordo de
delação premiada e já foram condenados anteriormente.
O MPF pede o
pagamento de uma indenização de R$ 56.795.673,16211 e a devolução de R$
113.591.346,32 à Petrobras “correspondente ao dobro do valor total de
propina paga em todos os contratos e aditivos acima mencionados, no
interesse dos quais houve a corrupção de empregados da Petrobras”, diz o
pedido”, diz o pedido.
Nas alegações, os procuradores pedem
também a quebra do acordo de delação premiada de Fernando Moura, já que,
segundo o MPF, o lobista entrou em contradição em um depoimento.
O
advogado de João Vaccari, Luiz Flávio D’Urso, disse que as acusações
contra seu cliente se baseiam em alegações feitas por delatores e que
não há provas contra ele. Por isso, a defesa pedirá a absolvição. A
reportagem não conseguiu contato com a defesa do ex-ministro José
Dirceu.