Terça, 5 de abril de 2016
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
A exploração da mão de obra infantil no país cresceu 4,5% em 2014
em relação a 2013, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Em 2013, havia 3,188 milhões de crianças e adolescentes na faixa
de 5 a 17 anos de idade trabalhando e o contingente subiu para 3,331
milhões em 2014.
No
caso da exploração da mão de obra infantil, antes do aumento registrado
em 2014, o número de crianças usadas como mão de obra vinha caindo. “O
mais preocupante é que esses dados ainda não refletem a crise econômica
que a gente está vivenciando”, disse Heloisa.
Para a
administradora executiva, o dado do aumento do trabalho infantil é um
indicativo de problemas interligados. “As famílias estão tendo mais
dificuldade de se sustentar e estão, cada vez mais, utilizando as
crianças no trabalho infantil para complementação da renda. É uma
sinalização de vulnerabilidade social aumentando”.
Acesso a creches
A
publicação da Fundação Abrinq também traz estatísticas compiladas no
Cenário da Infância e Adolescência – 2016 que mostra que, segundo o
Ministério da Educação, em 2014, 25,7% das crianças de até 3 anos
estavam matriculadas em creches.
“Esse é um dado que é importante
porque poderá levar a outros dados negativos. Uma família de
vulnerabilidade social, em que a mãe precisa trabalhar para prover o
sustento da família. Se ela não tiver um espaço protegido para deixar a
criança, essa criança vai estar muito mais vulnerável a situações de
violência”, disse Heloisa.
Para a administradora da Fundação
Abrinq é especialmente importante dar atenção a essas situações neste
ano, quando vão acontecer as eleições para prefeitos e vereadores. “Nas
eleições municipais a gente escolhe o principal gestor das políticas
públicas para infância”, diz. Segundo Heloisa, cabe ao Executivo
Municipal viabiliza a maior parte das políticas públicas ligadas a
educação e a saúde da infância. “É um ano importante da gente ter essas
informações para refletir sobre isso e cobrar dos candidatos o que eles
pensam em fazer a respeito dessas questões”.