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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 5 de abril de 2016

“Panama papers”: Milhares exigem demissão de primeiro-ministro islandês

Terça, 5 de abril de 2016
Do Esquerda.Net
A sociedade islandesa juntou-se à frente do parlamento, em Reiquiavique, para um protesto pela demissão de Sigmundur Gunnlaugsson, face à revelação de que o primeiro-ministro da Islândia omitiu ser proprietário, juntamente com a sua esposa, de uma empresa radicada num paraíso fiscal nas Ilhas Virgens britânicas.
5 de Abril, 2016

À semelhança do que aconteceu durante os protestos levados a cabo entre 2009 e 2011, também conhecidos como a Revolução de Cozinha, que tiveram lugar na esteira da crise financeira islandesa, os manifestantes muniram-se de tachos e panelas para protestar contra o governo.

Ainda que o protesto desta segunda-feira tenha sido planeado antes do eclodir do escândalo de corrupção mundial, agora conhecido como “Panama papers”, as notícias sobre o envolvimento do primeiro-ministro islandês e do ministro das Finanças inflamaram ainda mais o descontentamento da população.

As autoridades islandesas montaram barricadas à volta do parlamento em Reiquiavique. Pelo menos 4 mil pessoas, segundo as autoridades, manifestaram-se até às 17h desta segunda-feira. "Eleições agora" foi o slogan do protesto.

Poucas horas antes, a oposição tinha apresentado uma moção de censura, exortando o primeiro-ministro, do partido liberal "Partido do Progresso" a demitir-se.

No entanto, Gunnlaugsson recusou afastar-se: “Certamente que não me demito porque o que é possível constatar é que a minha mulher sempre pagou os impostos. Também podemos constatar que ela evitou qualquer conflito de interesse ao investir em empresas islandesas”.

Num país com somente 320.000 habitantes, mais de 24.000 pessoas já assinaram uma petição 'online' pela demissão do primeiro-ministro.

Bjarni Benediktsson, atual ministro das Finanças, do "Partido da Independência", também surge nos "Panama Papers".

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