Quarta, 20 de abril de 2016
Karine Melo Repórter da Agência Brasil
O
senador Raimundo Lira (PMDB-PB) será o presidente da Comissão Especial
do Impeachment no Senado. O anúncio foi feito no início da tarde de hoje
(20) pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). Como
titulares do PMDB no colegiado, foram indicados os senadores José
Maranhão (PB), Waldemir Moka (MS), Rose de Freitas (ES) e Simone Tebet
(MS). Os suplentes serão Hélio José (DF), Marta Suplicy (SP) , Garibaldi
Alves (RN), João Alberto (MA), Dário Berger (SC).
Ao lembrar que
o PMDB tem 18 parlamentares na Casa, Eunício de Oliveira afirmou que a
escolha de Lira foi pessoal e a mais difícil da sua função de líder. “O
senador Raimundo Lira preenche, no meu entendimento como líder, todas as
qualidades como seriedade de tranquilidade. Esse é um processo que não
pode ser feito para alguém aparecer na mídia. Esse é um processo muito
sério”, disse.
Apesar de já ter declarado voto favorável ao
impedimento da presidenta Dilma, o senador Raimundo Lira é visto, mesmo
por parlamentares do PT, como um bom nome, moderado e de bom trânsito.
Após a indicação para ser presidente da comissão especial, a assessoria
do senador Raimundo Lira disse que agora ele se declara indeciso.
Instalação
Antes
da instalação da comissão especial, na segunda-feira (25), os nomes
indicados terão que cumprir uma formalidade: ser aprovados, em sessão
deliberativa do Senado marcada para as 16h. Em seguida, já na comissão,
serão eleitos o presidente e o relator da comissão. Segundo o Regimento
Interno do Senado caberá ao presidente da comissão, indicar o relator.
Diante da defesa do nome do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG),
apoiadores do governo insistem que seja indicado um nome considerado
neutro para a comissão.
Outras indicações
Até
o fechamento dessa reportagem apenas o PDT, que faz parte do Bloco de
Apoio ao governo junto com o PT, ainda não tinha indicado o nome do
titular e do suplente para o colegiado.
Representando o PT, devem
compor a comissão, como titulares, os senadores Lindbergh Farias
(PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT- SC) e José Pimentel (PT-CE). Como
suplentes, foram escalados os senadores Humberto Costa (PT-PE) , Fátima
Bezerra (PT-RN) e a última vaga foi cedida ao senador João Capiberibe
(PSB-AP). Apesar da divulgação dos nomes, o PT não oficializou as
indicações. Isso será feito apenas na sexta-feira (22) , no fim do prazo
dado pelo presidente do Senado, para garantir que a comissão não seja
instalada antes da próxima segunda-feira (25).
Ontem mesmo, o
Bloco da Oposição (PSDB-DEM-PV) já havia indicado como titulares os
senadores Antônio Anastasia, Aloysio Nunes (PSDB-SP), Cássio Cunha Lima
(PSDB-PB) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) . Os suplentes serão Tasso
Jereissati (PSDB-CE), Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Paulo Bauer (PSDB-SC) e
Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O Bloco Moderador (PR-PTB-PSC-PRB-PTC)
terá Wellington Fagundes (PR-MT) e Zezé Perrela (PTB-MG) como titulares
e, como suplentes, Eduardo Amorim (PSC-SE) e Magno Malta (PR-ES).
Já
o Bloco Socialismo e Democracia (PSB-PPS-PCdoB- Rede) escolheu Romário
(PSB-RJ), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Vanessa Grazziotion
(PCdoB-AM), como titulares, e Roberto Rocha (PSB-MA), Cristovam Buarque
(PPS-DF) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e como suplentes.
Outro
bloco parlamentar, o da Democracia Progressista (PP-PSD) terá como
titulares Ana Amélia (PP-RS), Gladson Cameli (PP-AC) e José Medeiros
(PSD-MT). Sérgio Petecão (PSD- AC), Wilder Morais (PP-GO) e Otto Alencar
(PSD-BA) serão os suplentes.
Operação Lava Jato
Até
agora, quatro senadores indicados para vaga de titulares são alvo de
inquéritos relacionados à Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal
(STF): Fernando Bezerra Coelho, Gladson Cameli, Gleisi Hoffmann e
Lindbergh Farias. Segundo a Justiça F ederal, eles são suspeitos de
receber propina do esquema de desvios da Petrobras. Todos negam
participação em qualquer irregularidade.