Quarta, 13 de abril de 2016
Da Agência Lusa / Agência Brasil
As autoridades panamenhas fizeram, nessa terça-feira (12), buscas
ao escritório de advocacia Mossack Fonseca no âmbito da investigação
aberta após a divulgação do Panamá Papers.
A unidade policial de
combate ao crime organizado foi responsável pelas buscas à sede da
empresa, “sem qualquer incidente ou interferência”, informou a
Procuradoria em comunicado, acrescentando que operações semelhantes
estavam sendo feitas em filiais da empresa.
O objetivo é “obter
documentação relacionada com as informações publicadas na imprensa sobre
a eventual utilização da empresa em atividades ilícitas”, disseram
autoridades panamenhas.
A operação de ontem foi a primeira do gênero feita pela Procuradoria no âmbito da investigação sobre o caso Panamá Papers.
No
último dia 3, a procuradora-geral do Panamá, Kenia Porcell, anunciou a
abertura da investigação devido ao escândalo mundial provocado pela
divulgação de documentos da Mossack Fonseca e de suas operações na
criação de empresas offshore para que grandes fortunas pudessem escapar ao fisco dos países de origem.
A investigação apura se foi cometido em território panamenho algum ato passível de punição no âmbito do Panamá Papers.
A
maior investigação jornalística da história, divulgada há uma semana,
envolve o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (Icij,
na sigla em inglês), com sede em Washington, e destaca os nomes de 140
políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes
mundiais.
A investigação reuniu 11,5 milhões de documentos
ligados a quase quatro décadas de atividade da Mossack Fonseca,
especializada na gestão de capitais e de patrimônio, com informações
sobre mais de 214 mil empresas offshore em mais de 200 países e territórios.
De
acordo com a investigação, milhares de empresas foram criadas em
paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu
patrimônio. Entre os citados estão o rei da Arábia Saudita, pessoas
próximas do presidente russo Vladimir Putin, o presidente da União das
Federações Europeias de Futebol (Uefa), Michel Platini, e a irmã do rei
Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.