Terça, 26 de abril de 2016
Karine Melo e Carolina Gonçalves - Repórteres da Agência Brasil
O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) acaba de ser
eleito presidente da Comissão Especial do Impeachment no Senado. Os
parlamentares discutem agora a indicação do senador Antonio Anastasia
(PSDB-MG) para a relatoria do processo.
Assim, passa a contar o
prazo de dez dias para que o relator do caso, ainda a ser escolhido,
apresente um parecer que precisa ser aprovado por maioria simples, entre
os 21 integrantes do colegiado.
Antes mesmo da confirmação do
nome de Raimundo Lira (PMDB-PB) para a presidência da comissão, único
nome indicado e aclamado por governistas e oposição, uma questão de
ordem tumultuou a reunião.
Inclusão de advogado
A
senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), nos primeiros minutos da
sessão, apresentou questão de ordem para que seja incluído o nome do
advogado Flávio Henrique Costa Pereira, coordenador jurídico nacional do
PSDB, como um dos subscritores do pedido que culminou na abertura do
processo, ao lado do jurista Hélio Bicudo e dos advogados Miguel Reale
Júnior e Janaína Paschoal.
O contraponto foi feito pelo senador
Cássio Cunha Lima (PB), líder do PSDB no Senado, que afirmou que Pereira
é advogado dos três autores e não subscritor. “É mais uma tentativa de,
já no início da sessão, criar obstáculo e impedir o avanço da
investigação com esse tipo de chicana”, atacou o parlamentar.
O
debate foi interrompido para que Lira fosse oficializado no cargo e
retomado em seguida. Depois de solucionar esses questionamentos, os
senadores vão escolher o relator do caso. O governo rejeita o nome de
Antonio Anastasia (PSDB-MG), única indicação até hoje para o cargo. A
votação será nominal.
Antes das 8h, jornalistas já chegavam ao
local para tentar garantir um espaço na sala da comissão que tinha vagas
limitadas. A Polícia Legislativa do Senado e a Secretaria de
Comunicação restringiram a 20 o número de vagas para os profissionais de
imprensa, o que causou tumulto.
A Ala Nilo Coelho, do Senado, onde ocorre a sessão, foi bloqueada, provocando uma concentração de pessoas no chamado Túnel do Tempo
e alguns jornalistas tentavam, sem sucesso, convencer senadores que
entravam na reunião a buscar soluções. Poucos minutos antes do início da
sessão, a direção do Senado abriu um plenário ao lado da comissão para
que a imprensa acompanhasse os debates por um telão.