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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Temer: A partir de 11 de maio, será presidente interino. Extravagante, estranho, estapafúrdio, ultrapassado, sem programa, sem metas, sem compromissos ou conhecimento, apenas ambição

Quinta, 28 de abril de 2016
Da Tribuna da Imprensa
Por Hélio Fernandes



Nem duvida ou incerteza: a partir dessa data, o País terá um presidente interino. A atual presidente, não tem alternativa ou esperança: será, afastada. Estaremos voltando á "Republica velha", com o presidente escolhido longe do povo. Com Temer as coisas se agravam, investigado pela lava-Jato.



Delatado e detalhado pelo senador Delcídio. Pode ter que devolver o mandato á própria Dilma, como diz a Constituição, em até 180 dias. Ou ser cassado pelo TSE. Neste caso, ele e Dona Dilma, justa e justificadamente, caminharão juntos para o ostracismo. Ela já não estará mais no poder,ele terá ficado apenas uns meses num roteiro que imaginou, durasse uma eternidade. Não é mais.



Para a mediocridade do vice, tem razão: 2 anos e meio, ou qualquer tempo, fabuloso. Agonia, ansiedade, emoção a cada dia. A partir do 11 de maio, pelo menos estará no Planalto, embora não possa dormir no Alvorada, a presidente afastada estará lá. O sonho não estará completo, mas o Jaburu também é confortável e acolhedor.



E mesmo como interino, carrega o titulo de presidente, não importa para onde vá. Acredita que o Jaburu não esteja com os frequentadores de hoje. Elementos, (no sentido utilizado no jargão policial) de partidos que o apoiaram no impeachment da Câmara, e agora cobram a recompensa em ministérios.



Pertencem ao PP, PTB, PR, PSD. Todos engrossavam a base parlamentar da Presidente Dilma na semana que antecedeu a votação da baixaria. Apesar da agitação destes dias, não esquece, tem que salvar Eduardo Cunha. Sozinho, o presidente da Câmara "arranjou" mais de 50 votos. Esses 367, pura ficção. Pergunta a Romero Jucá, praticamente Ministro do Planejamento: "Garantimos esses 367 aliados da Câmara?".



O senador não responde, diz que tem que perguntar a Eliseu Padilha. Este diz a Jucá, só entre nós: "Precisamos de 250 estamos longe".



A Comissão do Impeachment



No Senado é diferente da Câmara, em matéria de baixaria. Mas em termos de utilidade, perda de tempo completa. Convocaram a Ministra da Agricultura, defesa e acusação, ate o advogado Marcelo Lavenere, destaque no impeachment de Collor. Mas haja o que houver, ninguém muda ou mudará de voto. No dia 11 de maio, tudo que digo no título e seguindo, acontecerá, nenhuma alteração, determina, "até 180 dias" guardem.



Temer terá os mesmos 16 votos, Dilma os mesmos 5. A partir daí, começa a batalha verdadeira pela tramitação e o julgamento definitivo. Para a destituição da presidente, serão necessários.  54 votos. Os a FAVOR do impeachment, garantem que conseguiram 50. Os CONTRA, 22.



Mas a derrota de Dilma com 4 votos a mais, parece visível. A vitoria dela, precisando outros 6 votos, difícil. De qualquer maneira, é tudo projeção. Especialistas garantem: “Votação só em setembro". Portanto, espera de quase 5 meses. Não é o meu calculo ou a minha expectativa. Muitos lembram: a Constituição determina, "até 180 dias".



O ansioso mas ainda não poderoso Meirelles



Dá sinais de desalento, fez vários convites, nem todos com sucesso. São muitos cargos importantes. Ontem disse publicamente: "Vou defender a independência do Banco Central". O senador Jucá, sempre ele, sempre ele, respondeu imediatamente: "No governo Temer isso pode ser discutido". Meirelles não gostou, e a "carta branca" que recebeu?A impressão: não aguenta esperar 13 dias para assumir o ministério.



Jornais impressos e televisões, não se cansam de dizer: "Meirelles foi deputado Federal". Desinformação completa, O que aconteceu: comprou um mandato pelo seu estado, recebeu 183 mil votos. Carreirista, queria usar o mandato como trampolim. Antes de assumir, Lula convidou-o para presidente do Banco Central, não podia aceitar e se licenciar, abandonou o mandato antes de chegar á Câmara. Agora, com a confusão nacional, acredita que pode chegar mais alto. O que é mais alto do que Ministro da Fazenda?



Temer e seus áulicos, também estão ansiosos com Meirelles. Colocaram Jucá no Planejamento para vigiá-lo e fiscalizá-lo. Querem saber, com antecedência, quem ele cogita ou admite para o BC, silencio. Não sabem nem qual será o Secretario Executivo do Ministério, o segundo.



Temer e apaniguados não se livram do que chamam de "obsessão dos primeiros 9O dias”. E se perguntam, qual será a participação de Meirelles nesse apreensivo inicio de governo. E a pergunta não tão reservada: numa infelicidade ou num desvio de rota, mesmo obrigatório, o Ministro da Fazenda pode ser substituído? Dilacerante a falta de resposta. Mesmo faltando 13 dias para a posse interina, certa e garantida.



Eleição nos EUA



Ontem, previa para Democratas e Republicanos, em 5 estados. 2 históricos. Pensilvania e Delawere. Um pequeno, mas riquíssimo, Connecticut. Outros 2, Maryland e Rhod Island, nenhuma lembrança na minha memória. Pensilvânia, lindíssima, foi a segunda capital dos EUA. A primeira foi Wall Street (em tradução livre, "rua do muro", porque havia um enorme).



Pensilvânia ficou até 1800, quando foi inaugurada a definitiva, que ia se chamar Washington, em homenagem ao Primeiro presidente do país. Ele já não estava mais no cargo, proibiu usarem seu nome. Passou a se chamar Distrito de Columbia. Depois que ele morreu, passou a ser Washington-DC.



Delawere foi o primeiro estado dos 13 que deixaram de ser províncias, e foi consagrado pela Constituição de 1788. Connecticut, elitista, riquíssimo, é a capital mundial do seguro. De carro, 40 ou 50 minutos da Quinta Avenida e do Central Park, é vizinho de Mannhatan. Filadélfia, capital da Pensilvania, é a própria Historia da Independência e da Republica americana.



Lá se reuniam Jefferson, Benjamin Franklin, Washington, Monroe, Madison, J. Adams, todos presidentes. O único que não quis foi Benjamin Franklin. Quando chegou sua vez, não aceitou, explicando: "Eu só queria um país para chamar de meu. Continuarei minhas invenções". Deixou mais de 200, incluindo o importantíssimo para-raio. Sua esfinge, perdão, não existe outra palavra,  está na nota de 100 dólares.