Quarta, 18 de maio de 2016
Leia também: Manifestantes ocupam prédio da Funarte em SP
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Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil
Artistas
ocuparam na tarde de hoje (17) a sede da Fundação Nacional de Artes
(Funarte) em São Paulo. Eles chegaram ao local por volta das 15h e se
instalaram em um galpão, onde pretendem permanecer por tempo
indeterminado em protesto contra o presidente interino Michel Temer, o
impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff e contra o fechamento
do Ministério da Cultura (Minc), que foi integrado ao Ministério da
Educação.
“Nós,
artistas e ativistas, trabalhadores da Cultura, estamos neste momento
ocupando a Funarte contra o golpe, contra o governo que não reconhecemos
e pelo Minc”, gritaram os artistas, em jogral.
Os
artistas fixaram várias mensagens contra Temer galpão da Funarte, com
os dizeres “Cultura fica. Temer sai” e “Eu não reconheço esse golpista
como presidente”.
O
grupo se identifica como um movimento horizontal, plural e sem
lideranças. Na ocupação, haverá espaço para apresentações e performances
artísticas, segundo os organizadores. Os artistas pretendem fazer uma
assembleia por volta das 22h para decidir mais detalhes sobre a ocupação
e próximos atos.
“Essa
[o fechamento do Ministério da Cultura] foi uma atitude de quem não
pensa no impacto. Parece um ato vingativo. Mas o que nos une nessa
ocupação, e nas outras pelo Brasil, no MinC e na Funarte, e é o motivo
principal, é que somos contra o golpe ocorrido no Brasil, golpe dado
pelo Michel Temer”, disse o ator Alessandro Azevedo.
Para
o artista, o fato de Temer ter cogitado voltar atrás na extinção do
ministério, tornando-o uma secretaria, significa que a medida não foi
tomada para economizar gastos. “Não é por economia, porque a cultura
gera muito emprego, mobiliza grandes setores da economia.”
O
ator Pascoal da Conceição, conhecido por interpretar o Doutor Abobrinha
no programa Castelo Rá-Tim-Bum, esteve no local no meio da tarde de
hoje e manifestou seu apoio à ocupação.
“Estamos
nos colocando nas ruas para trazer uma nova forma de fazer política,
uma nova maneira de participação na política”, disse. “Estamos vivendo
uma situação de usurpação. Há uma coisa injusta que foi colocada na roda
que é o fato de ter tirado um governo eleito pelas pessoas e que tinha
um programa, mesmo que não tivesse sido cumprido, com o qual a população
concordava. A população não votou no programa de governo que está
chegando agora”, criticou.
Na
noite de hoje, artistas também se reuniram no Teatro Oficina, na região
central de São Paulo, para protestar pelo fechamento do Ministério da
Cultura.