Terça, 10 de maio de 2016
Michèlle Canes - Repórter da Agência Brasil
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da
Operação Lava Jato, recebeu hoje (10) a denúncia feita pelo Ministério
Público Federal (MPF) contra o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) e mais
oito pessoas. O ex-senador foi preso no mês passado durante a 28º fase
da Operação Lava Jato.
Além de Gim Argello, o juiz acatou a
denúncia do MPF contra Dilson de Cerqueira Paiva Filho, Jorge Afonso
Argello Júnior, José Adelmário Pinheiro Filho, Paulo César Roxo Ramos,
Ricardo Ribeiro Pessoa, Roberto Zardi Ferreira, Valério Neves Campos e
Walmir Pinheiro Santana.
Na mesma decisão, Moro rejeitou a
denúncia contra o empresário Marcelo Bahia Odebrecht, ex-presidente da
Odebrecht, relacionada a essa fase da operação. “Rejeito, por falta de
justa causa e sem prejuízo de retomada se surgirem novas provas, a
denúncia contra Cláudio Melo Filho e Marcelo Bahia Odebrecht”, diz a
decisão.
Denúncia
A denúncia
contra Gim foi apresentada pelo MPF na semana passada e aponta que o
ex-senador, em parceria com dirigentes das empreiteiras envolvidas no
esquema corrupção na Petrobras, negociaram vantagens indevidas para
obstruir os trabalhos das comissões parlamentares de inquérito (CPIs)
instaladas no Senado e na Câmara dos Deputados para investigar os
desvios.
Na decisão de hoje, Moro diz que os fundamentos já
expostos para aceitar o pedido de prisão preventiva do ex-senador “são
suficientes, nessa fase, para o recebimento da denúncia”.
“Conforme
exposto cumpridamente naquela decisão, há provas decorrentes de
depoimentos de criminosos colaboradores conjugados com provas
documentais de pagamentos, além de mensagens eletrônicas que indicam a
cobrança e o pagamento da vantagem indevida”, diz a decisão.
Com
relação aos acusados que firmaram acordo de colaboração premiada, o juiz
afirmou que “essa condição não impede a denúncia, sem prejuízo de que
ao final lhes sejam outorgados os benefícios legais”.