Domingo, 8 de maio de 2016
Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
A semana começará cheia no Senado, com votações importantes sobre
duas cassações de mandato. Os senadores se debruçarão sobre a análise
da admissibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff –
que, se for aceita, implicará no afastamento imediato dela do cargo – e
da cassação do mandato do senador Delcídio do Amaral (Sem Partido-MS).
Além disso, os membros da comissão parlamentar de inquérito que
investiga denúncias contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF)
devem concluir os trabalhos, com a votação do relatório do senador
Romero Jucá (PMDB-RR).
Diante
da aprovação do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) na
Comissão Especial do Impeachment, na última sexta-feira (6), a previsão é
que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), faça a leitura
do resultado ao plenário nesta segunda-feira (9). Com isso, começará a
contar o prazo de 48 horas para que a votação do parecer pela
admissibilidade do processo seja marcada no plenário.
Assim, a
sessão para discussão do parecer começará na próxima quarta-feira (11),
mas a previsão é que a votação só ocorra na quinta-feira (12) porque, se
os senadores quiserem, o presidente poderá suspender a sessão na
quarta-feira à noite e retomá-la no dia seguinte pela manhã. O tempo
estimado apenas para a fase de discursos dos senadores é de 20 horas,
mas o plenário ainda deve discutir questões de ordem que serão
apresentadas pela base governista e o encaminhamento dos líderes. A
previsão é que a votação ocorra pelo painel eletrônico, sem a chamada
nominal que houve na votação da Câmara.
Delcídio
Antes
da votação da admissibilidade do impeachment, no entanto, os senadores
deverão se debruçar sobre outra questão relevante logo no início da
semana: a cassação do mandato do senador Delcídio do Amaral. Na
segunda-feira a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado
deverá aprovar o parecer do Conselho de Ética da Casa que recomenda a
perda do mandato por quebra de decoro parlamentar, atestando a
constitucionalidade do processo.
Com isso, o plenário poderá
votar, na terça-feira (10), se cassa o senador, que foi flagrado em
conversa com o filho do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró,
oferecendo propina e um plano de fuga para que Cerveró não firmasse
acordo de delação premiada com o Ministério Público no âmbito da
Operação Lava Jato. O próprio Delcídio, posteriormente, firmou esse tipo
de acordo, no qual disse que a tentativa de atrapalhar as investigações
foi feita a pedido do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e da
presidenta Dilma Rousseff.
CBF
Senado
terá ainda que votar o relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre a
Comissão Parlamentar de Inquérito do Futebol. A previsão inicial é que o
relatório seja votado na terça-feira, logo após ser lido aos membros da
CPI.
Diante do anúncio feito pelo presidente da comissão,
Romário (PSB-RJ), de que apresentaria um voto em separado para ser
também analisado, a votação pode ser adiada para vistas.