Segunda, 27 de junho de 2016
Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil
O advogado Guilherme de Salles Gonçalves, acusado
de envolvimento na Operação Custo Brasil, entregou-se à Polícia Federal
(PF) às 17h de ontem (26). Guilherme chegou em voo comercial ao
aeroporto de Guarulhos, vindo de Portugal, e passou a noite na
carceragem da Superintendência da PF, na Lapa, região oeste da capital
paulista.
Está
previsto depoimento de Guilherme na Justiça Federal hoje (27), a partir
das 14h, em audiência de custódia na 6ª Vara Federal Criminal, em São
Paulo. O advogado, que trabalhou na campanha da senadora Gleisi Hoffmann
(PT-PR), estava no exterior quando foi decretada sua prisão preventiva.
Na
sexta-feira (24), os nove presos na operação passaram o dia prestando
depoimento. Foram ouvidos o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, o
ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, o ex-secretário de municipal de
Gestão de São Paulo Valter Correia da Costa, além de Joaquim José
Maranhão da Câmara, Daisson Silva Portanova, Dércio Guedes de Souza,
Emanuel Dantas do Nascimento, Nelson Luiz Oliveira Freitas, Washington
Luis Viana.
Em entrevista na sexta-feira, o procurador da
República Andrey Borges de Mendonça informou que o ex-ministro Paulo
Bernardo disse ao juiz que não recebeu “nenhum centavo” do esquema. O
procurador, no entanto, disse que há evidências de que o ex-ministro
usava o dinheiro das irregularidades para pagamentos pessoais, incluindo
gastos banais com celulares e contas básicas.
Paulo Bernardo é
investigado em um esquema de pagamento de propina – estimado em mais de
R$ 100 milhões – para diversos funcionários públicos e agentes políticos
na época em que era ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, entre
os anos de 2010 e 2015.