Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Chega de arrocho, corrupção e desemprego! Fora Temer, Fora Todos!

Quinta, 30 de junho de 2016
Editorial do Jornal Combate Socialista Nº 74
O governo interino de Michel Temer vive uma forte crise. As delações de Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, comprometeram a cúpula do PMDB e derrubaram 3 ministros em poucas semanas. O próprio Michel Temer foi citado pois utilizou recursos de empreiteiras para financiar a campanha de São Paulo em 2012. Eduardo Cunha está prestes a ser cassado. Tucanos como Serra e Aécio estão implicados. Renan Calheiros, se reaproxima de Temer sem romper com Dilma, para tentar se salvar. É um governo corrupto que precisa ser derrotado.

A crise política continua pois suas raízes são econômicas e sociais. A elevação do custo de vida, fechamento de milhões de postos de trabalho e a destruição dos serviços públicos geram uma situação explosiva, estimulando lutas a exemplo da greve da educação do Rio de Janeiro e das Universidades Paulistas. Protestos que desgastam Temer, os parlamentos e as instituições da republica das empreiteiras. Mobilizações que precisam ser coordenadas para barrar os ataques.

Essa confrontação e a indignação popular impedem que Michel Temer aplique integralmente o plano de austeridade. Henrique Meireles discursa reafirmando o compromisso com a agenda do FMI, porém o governo interino é fraco para implementar integralmente seu projeto. Como não há condições políticas e sociais para aplicar as medidas estruturantes do ajuste fiscal, o PMDB se concentra em ganhar folego. O acordo com os governadores, suspendendo o pagamento da dívida dos estados com a União por 6 meses, tem como contrapartida o apoio ao projeto de Emenda Constitucional que limita o gasto público. Um acordo que beneficia empresários e banqueiros. Exigimos o cancelamento das Olimpíadas e que os recursos sirvam para atender os grevistas.

Os desdobramentos da operação Lava Jato votam a afetar todos os maiores partidos. No nordeste, pegando em cheio o PSB de Eduardo Campos, cuja chapa integrava Marina Silva, paralisando a campanha da REDE pelo julgamento da chapa Dilma/Temer no TSE. No caso do PT essa pressão é mais profunda após a apreensão de documentos na sede do Partido e a prisão de Paulo Bernardo por conta de fraudes nos contratos de créditos consignados. Ao todo o PT roubou R$ 100 milhões dos servidores federais para financiar suas campanhas. E Lula está cada vez mais encurralado nas delações do presidente da OAS.

Por isso, a burocracia Lulista não chamou uma greve geral contra Temer e não aceitam a proposta de greve geral estadual contra Dorneles no Rio de Janeiro. Em São Paulo, não transformam a greve das universidades numa trincheira contra Temer, nem constroem um calendário unificado de suas categorias contra Alckmin. É preciso que o PSOL e suas correntes, o MTST e a INTERSINDICAL abandonem seu bloco com os Lulistas e encabecem a luta para que a CUT e demais centrais convoquem uma greve geral, em defesa das pautas da classe trabalhadora. O melhor caminho para derrotar de verdade o governo PMDB/PSDB.

É necessário que o Espaço de Unidade e Ação, com peso da CSP-CONLUTAS, realize uma reunião emergencial para retomar as ações concretas em defesa dos direitos dos trabalhadores e da juventude e seguir a batalha pela construção de uma alternativa de esquerda, construindo uma saída independente, operaria e popular, para enfrentar os ataques.