Quinta, 16 de junho de 2016
Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil
Após
ser citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio
Machado, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, pediu hoje (16)
demissão do cargo. A informação foi confirmada pela Assessoria de
Imprensa da Presidência da República.
O ex-presidente da Câmara
Henrique Alves teria recebido, segundo Machado, R$ 1,55 milhão em
doações eleitorais com recursos ilícitos.
Ele é o terceiro
ministro, após pouco mais de um mês do governo interino de Michel Temer,
depois de denúncias relacionadas à Operação Lava Jato. Romero Jucá, que
foi ministro do Planejamento, e Fabiano Silveira, da Transparência,
Fiscalização e Controle, saíram dos cargos após divulgação de trechos da
delação de Machado, em áudio, em que eles criticavam a operação.
Alves
enviou uma carta com o pedido de demissão a Temer, mas o teor não foi
divulgado. Na noite de ontem (15), o ministro esteve no Palácio do
Planalto reunido com o presidente interino.
O sigilo dos
depoimentos de Sérgio Machado à força-tarefa da Operação Lava Jato foi
retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federall (STF) Teori
Zavascki, relator dos inquéritos da operação na Corte. Machado citou o presidente interino Michel Temer e mais de 20 políticos, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Romero Jucá (PMDB-RR), além do ex-deputado Cândido Vaccarezza (PT) e do ex-presidente José Sarney (PDMB-AP). Os políticos negaram as acusações.